O Ministério das Relações Exteriores convocou, na manhã desta sexta-feira (8/8), o encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, Gabriel Escobar, para prestar esclarecimentos sobre uma nota publicada pela missão diplomática norte-americana e dirigida ao ministro Alexandre de Moraes e a aliados dentro e fora do Supremo Tribunal Federal (STF) .
Na quinta-feira (7/8), a Embaixada dos EUA republicou em sua conta oficial no X uma mensagem na qual acusou Moraes de “arquitetar censura e perseguição” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, afirmando:
“O ministro Moraes é o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores. Suas flagrantes violações de direitos humanos resultaram em sanções pela Lei Magnitsky, determinadas pelo presidente Trump. Os aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão avisados para não apoiar nem facilitar a conduta de Moraes. Estamos monitorando a situação de perto.”
Fontes ouvidas no Itamaraty relataram que a chancelaria brasileira considerou esse comunicado “descabido” e “inaceitável”, reiterando a defesa do princípio da não-interferência e a soberania nacional .
Segundo o próprio Itamaraty, esta é a terceira vez que Escobar é chamado ao Palácio Itamaraty para explicar mensagens da diplomacia estadunidense desde o início das tensões recentes. Na véspera, ele também se reuniu com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, em encontro que durou cerca de 30 minutos .
A crise diplomática reflete um quadro de atritos crescentes entre Brasil e Estados Unidos, marcado por declarações de Washington vinculando sanções comerciais ao tratamento dado a autoridades brasileiras e críticas ao funcionamento do Poder Judiciário nacional. Analistas apontam para o risco de impactos em negociações bilaterais, especialmente nos âmbitos de comércio, energia e cooperação em segurança.
Em nota oficial, o Itamaraty informou que manterá “o diálogo institucional” com a Embaixada dos EUA, mas permanece vigilante quanto a futuras manifestações que possam comprometer a histórica parceria entre os dois países.
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