Os gastos do governo Lula em propaganda na internet cresceram consideravelmente em 2025, principalmente com a aproximação das eleições.
Um levantamento do g1 mostra que a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) destinou R$ 69 milhões para ações na internet desde janeiro, aumento de 110% em relação ao valor gasto no mesmo período de 2024, quando o governo gastou R$ 33 milhões.
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Com o objetivo de ampliar o alcance de suas campanhas e romper a barreira de comunicação nas redes sociais, a Secom intensificou a contratação de influenciadores digitais.
A Secretaria adotou essa estratégia a partir de julho, depois de meses marcados por repercussão negativa de temas como a crise do Pix, elevação dos preços dos alimentos e denúncias de fraudes que envolvem o INSS.
Mudanças na gestão e redistribuição de recursos
Durante a gestão do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), em 2024, o governo destinava 13,76% do orçamento de publicidade para o meio digital.
Com a chegada de Sidônio Palmeira ao comando da Secom, em janeiro deste ano, essa fatia subiu para 25%. Na administração anterior, rádios de cidades pequenas e televisão recebiam maior parcela dos recursos.
Sidônio também contemplou o segmento cinematográfico com um acréscimo relevante de recursos, passando de R$ 1,1 milhão para R$ 2,1 milhões, crescimento de 93%.
O aumento coincidiu com a conquista inédita do Oscar pelo longa Ainda Estou Aqui. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou o diretor Walter Salles pela vitória em ligação telefônica.
Estratégias digitais do governo Lula
Nas campanhas federais, as agências de publicidade contratadas pelo Palácio do Planalto são responsáveis por propor ações digitais além das tradicionais em rádio e TV.
Os influenciadores são selecionados pelas quatro agências parceiras do governo, e não diretamente pela Secom. Cada campanha costuma pagar cerca de R$ 20 mil a esses criadores de conteúdo.
A Secom prioriza influenciadores de porte médio, com públicos segmentados, especialmente entre eleitores fora da base petista, incluindo setores de centro ou centro-direita.
Em uma das iniciativas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, respondeu a questionamentos feitos por influenciadores voltados ao setor financeiro.
Há também ações direcionadas à base de apoio do governo.