A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) respondeu nesta segunda-feira a uma postagem do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na plataforma Truth Social, na qual ele afirmava que as autoridades brasileiras deveriam “deixar Bolsonaro em paz” e classificava o processo contra o ex-chefe do Executivo como uma “caça às bruxas” . Em mensagem publicada em seu perfil no Twitter, Hoffmann declarou que “Donald Trump está muito equivocado se pensa que pode interferir no processo judicial brasileiro” e ressaltou que “não se pode falar em perseguição quando um país soberano cumpre o devido processo legal no Estado Democrático de Direito”.
No post original, Trump pedia que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro ocorresse exclusivamente por meio do voto popular, argumentando que “o único julgamento possível deve ser o dos eleitores do Brasil” . Bolsonaro responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) desde março, acusado de integrar um suposto esquema de tentativa de golpe para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2023, ao lado de sete outros investigados, entre eles oficiais das Forças Armadas. Em audiência, o ex-presidente negou ter liderado o plano de golpe, mas admitiu ter participado de reuniões em que se discutiu a suspensão de liberdades civis, ação depois descartada.
Ao rebater Trump, Gleisi Hoffmann enfatizou que o período em que o Brasil foi “subserviente aos EUA” coincidiu com o governo Bolsonaro, que, segundo ela, “batia continência para sua bandeira e não defendia os interesses nacionais”. A parlamentar afirmou ainda que “hoje [Bolsonaro] responde pelos crimes que cometeu contra a democracia e o processo eleitoral no Brasil” e concluiu que “o presidente dos EUA deveria cuidar de seus próprios problemas, que não são poucos, e respeitar a soberania do Brasil e de nosso Judiciário”.
O STF ainda não definiu data para o julgamento final, mas o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, já determinou a coleta de depoimentos de testemunhas-chave para o segundo semestre. A resposta de Hoffmann reforça o compromisso do Legislativo petista com a independência dos poderes, mesmo diante de críticas externas.
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