O ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL-PE) deixou, na noite desta sexta-feira (13), as instalações do Centro de Observação e Triagem Criminológica Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, após ter o alvará de soltura expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) . A decisão atendeu ao pedido da defesa e ocorreu menos de 12 horas depois da detenção.
Na manhã de sexta, a Polícia Federal cumpriu o mandado de prisão preventiva em sua residência, no bairro de Boa Viagem, zona sul do Recife, pela suspeita de obstrução de Justiça. Segundo a Procuradoria-Geral da República, Machado teria tentado auxiliar o ex-ajudante de ordens Mauro Cid na obtenção de passaporte português, ligando para o consulado de Portugal no Recife .
Em depoimento à PF e diante de jornalistas, o ex-ministro negou qualquer irregularidade: “Não matei, não trafiquei drogas, apenas pedi um passaporte para meu pai”, de 85 anos, afirmando que as gravações de suas conversas no consulado poderão comprovar sua versão dos fatos .
O vereador do Recife e filho de Machado, Gilson Machado Filho, manifestou-se em sua conta no X (antigo Twitter):
“Graças a Deus meu pai foi solto! Ele é um homem íntegro, honesto, trabalhador, com valores e princípios, nunca cometeu um crime em toda a sua vida. […] Agora é abraçar meu pai com força e ficar com a família junta de novo.”
A soltura reacende o debate sobre os limites dos poderes cautelares do STF em inquéritos sigilosos que envolvem autoridades com foro privilegiado. Defensores de Machado sustentam que não há elementos concretos para manter a prisão, enquanto críticos apontam para o risco de interferência no curso das investigações.
No momento, o ex-ministro aguarda a análise do mérito do pedido de liberdade e o desdobramento das apurações no âmbito do Supremo, sem prazo definido para conclusão.
Sobre o autor
Hamilton Silva é jornalista, economista e editor-chefe do Portal DFMobilidade.
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— Hamilton Silva
