Fichas falsas da Conafer foram identificadas em fiscalização da CGU; relatório de auditoria foi encaminhado à CPMI do INSS
A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou que a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer) apresentou fichas de filiação falsas ao INSS, incluindo o nome de uma criança de 9 anos e de pessoas mortas há pelo menos duas décadas. O achado consta de relatório de auditoria remetido à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS (CPMI), que apura fraudes em descontos sobre benefícios previdenciários.
O documento também registra que a entidade tentou lançar mais de 3,3 mil descontos em benefícios de segurados já falecidos, a partir de inserções irregulares nos sistemas do INSS e da Dataprev — o que motivou a abertura de Processo Administrativo de Responsabilização contra a Conafer.
Em 29/30 de setembro, o presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes, depôs à CPMI. Ele negou as acusações e disse desconhecer respostas a parte dos questionamentos dos parlamentares. Ao fim da oitiva, foi detido por suspeita de falso testemunho e liberado após pagamento de fiança.
O caso expõe fragilidades na governança e na segurança dos cadastros que permitem descontos em folha de benefícios — tema sob responsabilidade do governo federal por meio do INSS e da Dataprev — e reforça a necessidade de rastreabilidade, dupla verificação de filiações e auditorias contínuas para impedir que organizações privadas imponham débitos indevidos a aposentados e pensionistas.
A CPMI segue reunindo documentos oficiais e delibera sobre medidas para impedir novos lançamentos irregulares e responsabilizar os envolvidos. A Conafer alega inocência e afirma colaborar com as investigações.
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