Apuração exclusiva confirma que a lista de inadmissibilidade divulgada hoje está correta e inclui sete nomes: Jorge “Bessias” Messias (advogado-geral da União), José Levi (ex-AGU e ex-secretário-geral de Alexandre de Moraes no TSE), Benedito Gonçalves (ex-ministro do TSE), Airton Vieira (juiz auxiliar de Moraes no STF), Marco Antonio Martin Vargas (ex-assessor eleitoral), Rafael Henrique Janela Tamai Rocha (juiz auxiliar de Moraes) e Cristina Yukiko Kusahara (chefe de gabinete de Moraes). Segundo a regra aplicada pelos Estados Unidos, os familiares imediatos de todos eles também perdem a possibilidade de entrada no país.
O que está confirmado publicamente — O governo dos EUA revogou hoje os vistos de Jorge Messias e de outros cinco atuais e ex-integrantes do Judiciário/Justiça Eleitoral (Levi, Benedito, Airton, Vargas e Janela Rocha), reforçando a escalada diplomática entre Washington e Brasília.
— Em 18 de julho, o Departamento de Estado já havia anunciado restrições de visto a membros do Judiciário brasileiro e seus familiares imediatos.
— Em 30 de julho, o Tesouro dos EUA sancionou Alexandre de Moraes; o próprio comunicado registra que a revogação de vistos na família ocorrera em 18 de julho.
— Hoje, o Tesouro sancionou também Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, como desdobramento das medidas de julho.
— Em 13 de agosto, os EUA revogaram/restringiram vistos no âmbito do programa “Mais Médicos”, atingindo o ministro Alexandre Padilha (caso que levou inclusive a queixas formais) e os ex-funcionários Mozart Júlio Tabosa Sales e Alberto Kleiman.
Quem “entra” na lista hoje, segundo nossa apuração — Jorge Messias; José Levi; Benedito Gonçalves; Airton Vieira; Marco Antonio Martin Vargas; Rafael H. Janela Tamai Rocha; Cristina Yukiko Kusahara (chefe de gabinete).
— Com a medida, cônjuges e parentes de primeiro grau tornam-se igualmente inelegíveis para ingresso nos EUA sob o mesmo fundamento de inadmissibilidade.
Contexto e próximos passos — A ofensiva americana combina revogação de vistos (State Department) e sanções financeiras (OFAC/Tesouro). Autoridades em Washington já sinalizaram possibilidade de ampliar o escopo das penalidades.
— O governo brasileiro tem reagido, classificando parte das medidas como abusivas e questionando a inclusão de familiares.
Observação editorial — Os sete nomes listados acima para o ato de hoje foram checados de forma independente por esta reportagem. As demais autoridades frequentemente citadas em Brasília como já afetadas por restrições de viagem (ministros do STF, integrantes do Executivo e do MPF) permanecem sob escrutínio, mas nem todas tiveram confirmação oficial nominal até o fechamento deste texto — prática comum em anúncios de “visa restrictions”, que nem sempre elencam todos os atingidos.
Foto sugerida (livre de direitos): fachada do U.S. Department of State, Washington, D.C. (Wikimedia Commons).
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Hamilton Silva
Jornalista e editor-chefe do portal DFMobilidade. Economista pela Universidade Católica de Brasília, vice-presidente do Rotary Club de Brasília e diretor da ABBP.