EUA cogitam restringir vistos da Seleção Brasileira de futebol

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Uma coluna publicada neste sábado (16) afirma que, com a escalada das tensões diplomáticas, os Estados Unidos avaliam barrar a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2026. A checagem da reportagem mostra: até agora não há confirmação oficial de que o time seria impedido de jogar em solo americano; o que existe, segundo reportagens da CNN Brasil, é a possibilidade em estudo de restringir ou suspender a emissão de vistos para cidadãos brasileiros — medida que afetaria sobretudo torcedores.

A coluna de Claudio Humberto, no Diário do Poder, sugere que Washington poderia ir além de sanções comerciais e atingir o futebol brasileiro, inclusive “cancelando vistos” da delegação. O texto, no entanto, não apresenta documento, ato oficial ou declaração pública do governo norte-americano que sustente a hipótese de banimento da Seleção.

Os regulamentos

  1. Governo dos EUA: não há anúncio formal de restrição geral de vistos especificamente para brasileiros no contexto da Copa. Ao contrário, relatos recentes indicam esforço para dar vazão à demanda de vistos para o torneio, ainda que o tema esteja atravessado por disputas migratórias e diplomáticas.
  2. FIFA: a entidade afirma que ingresso não garante entrada no país-sede — ou seja, a decisão de admissão é soberana das autoridades migratórias. Ao mesmo tempo, a FIFA exige, desde a fase de candidatura, procedimentos de visto “não discriminatórios” para pessoas envolvidas no evento e sustenta, em seus Estatutos, o princípio de respeito aos direitos humanos e de não discriminação. Traduzindo: o anfitrião tem a caneta do visto, mas assume compromissos de facilitar a participação.
  3. Delegações e atletas: jogadores e comissão técnica normalmente entram com visto P-1A (atletas de alto rendimento), categoria prevista na legislação migratória dos EUA para competições específicas. Restrições amplas a torcedores não significam, automaticamente, impedimento à entrada das equipes.

Há reportagem da CNN Brasil atribuindo ao governo Trump o estudo de restringir vistos para brasileiros em período que inclui a Copa de 2026. Isso afetaria sobretudo torcedores. Não há, porém, documento que determine o “banimento” da Seleção.
• A Embaixada dos EUA no Brasil vem orientando que quem pretende viajar para a Copa peça o visto “agora”, por causa de filas e prazos — indicação de pressão operacional, não de proibição formal.
• O ambiente político é tenso: tarifas norte-americanas de até 50% sobre produtos brasileiros foram anunciadas nas últimas semanas, elevando o atrito bilateral e alimentando especulações sobre medidas adicionais. Isso, porém, não substitui a necessidade de ato oficial quando se fala em vistos e imigração.

Cenários plausíveis (e os impactos)

  1. Torcida sob restrições: uma moratória ou filtro mais duro para vistos de turismo poderia esvaziar arquibancadas brasileiras nos jogos nos EUA, sem impedir partidas em México ou Canadá.
  2. Delegação com tratamento técnico: mesmo em cenários restritivos, atletas e staff tendem a obter autorizações específicas (P-1A), especialmente diante das garantias exigidas pela FIFA aos anfitriões.
  3. “Banimento” da Seleção: hipótese extrema e, no momento, sem base factual. Seria um rompimento grave com compromissos assumidos na candidatura e abriria crise com a FIFA e a Conmebol.

Cobranças necessárias (e onde o governo falha) Ao Itamaraty cabe, com transparência, informar se já pediu garantias formais a FIFA e ao Departamento de Estado sobre a entrada da delegação brasileira e a política de vistos para torcedores. O governo federal deve deixar claro, sem bravatas, qual o plano de contingência para jogos nos EUA — inclusive assistência consular aos torcedores que tiverem pedidos negados. Até agora, o que há é ruído político e pouca comunicação efetiva com o público. Rapidamente: se a tese é “banir a Seleção”, cadê o ato? Cadê a nota? Cadê o protocolo? (O silêncio oficial só alimenta boatos.)

No dia 16 de agosto de 2025, não há confirmação de que os Estados Unidos pretendam “barrar a Seleção Brasileira” na Copa de 2026. Existem, sim, relatos consistentes de que a Casa Branca avalia restringir vistos para cidadãos brasileiros, o que atingiria sobretudo a torcida. Sem ato oficial e sem posicionamento público da FIFA ou da CBF, falar em “banimento” do time mistura política com chute de longa distância. Informação é bola no chão.

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