O governo dos Estados Unidos acusou o Brasil de estar servindo como ponto de transbordo para a reexportação de produtos manufaturados na China, com o objetivo de contornar tarifas americanas impostas no âmbito da guerra comercial entre Washington e Pequim. Em comunicado, autoridades do Departamento de Comércio afirmaram que mercadorias originárias da China têm chegado ao mercado brasileiro apenas para, em seguida, serem exportadas aos EUA como se fossem brasileiras, burlando as medidas tarifárias vigentes .
O mecanismo de transbordo (transshipment) é apontado como vetor principal desse esquema: produtos enviados da China ao Brasil passam por pouca ou nenhuma transformação antes de seguirem para os EUA, permitindo que importadores brasileiros evitem as altas tarifas estabelecidas sobre bens chineses .
O Brasil é o principal parceiro comercial da China, recebendo cerca de 28% de suas exportações, enquanto os EUA representam aproximadamente 12% do total de vendas brasileiras ao exterior. Essa dependência relativa torna o território nacional estratégico para operações de reexportação de bens chineses .
Em reação, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil classificou as acusações como “interferência indevida” nos assuntos internos e convocou o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA em Brasília para prestar esclarecimentos sobre as declarações americanas .
O episódio elevou o risco de uma escalada nas medidas tarifárias, com o Brasil ameaçando retaliar com tarifas recíprocas caso as providências dos EUA sejam mantidas. O presidente Lula já sinalizou a aplicação da lei de reciprocidade, podendo impor encargos equivalentes aos produtos norte-americanos no mercado brasileiro .
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