A Polícia Federal identificou que uma empresa investigada por fraudes em licitações vendeu livros a prefeituras do interior paulista por valores até 35 vezes superiores aos preços de compra. Segundo a PF, um dos títulos adquirido por R$ 2,56 foi revendido por R$ 41,50 — operação realizada após a venda já estar assegurada. Há registros de compras entre R$ 1 e R$ 5 e revendas chegando a R$ 80, conforme planilha da Receita Federal.
A investigação afirma que a ex-nora do presidente Lula, Carla, “defendia os interesses” da empresa Life Tecnologia junto a órgãos públicos, buscando recursos e contratos. Com livros e kits de robótica, a empresa teria faturado R$ 111 milhões de quatro prefeituras. O empresário Mariano, apontado como líder do esquema, utilizava figuras consideradas influentes — entre elas Carla — para fechar contratos milionários.
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Em troca, segundo a PF, Mariano pagava propina a servidores, usando o código “café” para se referir às vantagens indevidas, termo mencionado 104 vezes entre 2021 e 2024. A PF calcula que a empresa lucrou ao menos R$ 50 milhões com as vendas, recebendo R$ 86 milhões e gastando cerca de R$ 32 milhões em mercadorias.
Na operação deflagrada na quarta-feira, que prendeu o empresário e secretários municipais, agentes também cumpriram mandados na casa de Carla. A PF foi recebida por Marcos Cláudio, ex-marido dela, e apreendeu passaporte, celular, computador e um caderno.




