O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), considera que não há opção para a bancada do PL a não ser votar em Elmar Nascimento (União Brasil) para substituí-lo no comando da casa. A alternativa seria acompanhar o governo Lula, que trabalha para viabilizar Marcos Pereira (Republicanos) ou Antônio Brito (PSD).
O apoio do PL, segundo Lira, virá mesmo se o partido lançar um candidato na disputa. Com 95 deputados, a maioria bolsonarista, a legenda não tem votos suficientes para conquistar a presidência da Câmara. A tendência é que, em um hipotético segundo turno, o PL esteja junto com o candidato de Lira.
A relação entre o presidente da Câmara e os bolsonaristas não é mais a mesma. Há uma insatisfação mútua que envolve ameaças, acordos quebrados, aproximação de Lira com Lula e um consequente afastamento de Bolsonaro.
O deputado tem ameaçado não cumprir o combinado quanto ao comando da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da casa. O acordo colocava o PL à frente da comissão em 2024, mas Lira ameaça usar o posto como moeda de troca para aumentar o favoritismo de Nascimento na disputa. O movimento ocorre em meio à atuação do governo Lula para frear Nascimento.
A insatisfação do PL com Lira também tem a ver com a falta de posicionamento do deputado às decisões recentes do Supremo Tribunal Federal contra Bolsonaro e bolsonaristas. A bancada cobra de Lira e de Nascimento uma reação à Corte.
Lira disse a uma liderança do PL, mais alinhada a Valdemar da Costa Neto do que a Bolsonaro, que é melhor ter um Elmar Nascimento na presidência da Câmara do que um candidato refém do governo. A liderança concordou.