Em publicação no X na manhã desta quinta-feira (10), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) comemorou a imposição de uma tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros e conclamou seus apoiadores a exigir a aplicação da lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) .
A medida foi anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump em carta divulgada em sua rede social Truth Social, endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 9 de julho de 2025. No texto, Trump estabelece que, a partir de 1º de agosto de 2025, todas as exportações brasileiras aos EUA sofrerão tarifa de 50%, “além de quaisquer tarifas setoriais existentes”, sob o argumento de supostos “ataques insidiosos” do Brasil à liberdade de expressão e ao sistema eleitoral norte-americano .
A lei Magnitsky, aprovada pelo Congresso dos EUA em 2012 e ampliada em 2016, autoriza o governo norte-americano a impor sanções — como congelamento de ativos e proibição de vistos — a indivíduos acusados de graves violações de direitos humanos ou corrupção . Na sua postagem, Eduardo Bolsonaro sugeriu que o ministro Alexandre de Moraes seja incluído nessa lista de sanções:
“Povo brasileiro, vamos fazer o mundo ouvir a nossa voz.
Coloque o seu agradecimento ao Presidente Donald Trump @realDonaldTrump abaixo e vamos rumo à lei Magnitsky!”
Na noite de quarta-feira (9), o parlamentar também questionou se empresários nacionais ainda apoiam o governo Lula após o anúncio da tarifa, evocando críticas à participação do Brasil no bloco dos BRICS e reproduzindo fala do ex-presidente Jair Bolsonaro :
“A brincadeira de Lula nos BRICS vai sair caro para todos os brasileiros.
Algum empresário nacional ainda apóia Lula???
Como disse o Pres. @jairbolsonaro: ‘vocês vão botar um pinguço para dirigir o país e acham que isso vai dar certo?’”
Por sua vez, o Palácio do Planalto articula resposta baseada na Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada em abril, para aplicar contramedidas proporcionais às importações norte-americanas, segundo auxiliares do governo . Na quinta-feira, Lula reuniu em caráter de emergência os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio Exterior) para delinear as frentes de reação, que incluem diálogo com setores produtivos e negociações diretas com Washington .
O impacto econômico imediato foi sentido na desvalorização do real, que recuou 2,3%, e na queda de 1,4% do principal índice da bolsa paulista, reflexo da apreensão dos investidores diante do aumento abrupto das barreiras comerciais . Entidades como CNI, Amcham e Abiplast manifestaram preocupação com “impactos severos” na cadeia industrial e defenderam a abertura de negociações para evitar danos prolongados ao setor produtivo .
A ofensiva política de Eduardo Bolsonaro acentua a tensão entre Brasília e Washington, colocando no centro do debate não apenas interesses econômicos, mas também a integridade das instituições democráticas brasileiras.
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