Diretor da Abin poderá ser demitido quando Lula retornar do Canadá

Fachada da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) - Brasília/DF
Fachada da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) - Brasília/DF

A Casa Civil aguarda o retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atualmente em viagem oficial ao Canadá para a Cúpula do G7, para definir o futuro do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa. A decisão foi adiada após o indiciamento do oficial pela Polícia Federal por prevaricação e coação no curso das apurações da chamada “Abin paralela”.

Segundo reportagem do Jornal O Sul, a nomeação de novo diretor-geral — seja a manutenção de Corrêa no cargo ou sua exoneração — só será tomada após o retorno de Lula ao país, previsto para até sexta-feira, 20 de junho, ao final da 51.ª Cúpula do G7 em Kananaskis.

O indiciamento ocorrido em 17 de junho decorre de relatório da PF que aponta tentativa de obstrução das investigações sobre irregularidades na Abin durante o governo Bolsonaro, quando a agência teria sido usada para espionagem política e proteção de interesses familiares do ex-presidente.

No total, 36 pessoas foram indiciadas, entre elas o chefe de gabinete Luiz Carlos Nóbrega e o corregedor-geral José Fernando Chuy.

A Abin foi transferida do Gabinete de Segurança Institucional para a Casa Civil em março de 2023, por meio do Decreto nº 11.426, com o objetivo de dar maior dinamismo e eficácia às atividades de inteligência, sob supervisão direta do Planalto.

Na primeira reunião do Conselho do Sisbin, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, reforçou que “a determinação do presidente Lula é que a Abin sirva exclusivamente ao povo brasileiro”.

Desde o anúncio dos indiciamentos, servidores de carreira intensificaram a pressão por um nome oriundo dos quadros internos do órgão, argumentando que a experiência técnica deve prevalecer sobre escolhas políticas. “É inadmissível que indivíduos sobre quem pesam acusações graves de obstrução de Justiça continuem ocupando cargos de comando na Abin”, afirmam representantes da categoria.

Com a indefinição estendida até o retorno presidencial, o futuro imediato do comando da Abin ficará centralizado na decisão de Lula, acentuando a importância estratégica do órgão para o sistema de inteligência nacional. A expectativa agora recai sobre os próximos passos do governo federal ao reassumir as rédeas da pasta.

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