Direita atropela governo Lula nas redes; engajamento despenca sob Sidônio

Foto: Presidência da República
Foto: Presidência da República

Levantamento da Bites aponta desaceleração de 10% no perfil pessoal do presidente e aumento de 152,7% nas postagens vinculadas a ministérios, mas com mobilização ainda distante de lideranças da direita

Nos três primeiros meses de Sidônio Palmeira à frente da Secretaria de Comunicação Social (Secom), o engajamento nas redes sociais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu 10%. No mesmo período, as contas institucionais do governo subiram 152,7% em interações, mas continuam muito atrás das lideranças da direita, segundo a consultoria Bites.

Sidônio assumiu a pasta em 14 de janeiro, substituindo o deputado Paulo Pimenta (PT), afastado após críticas à condução da comunicação do Planalto. De janeiro a abril, Lula somou pouco mais de 26 milhões de interações nas redes; as contas governamentais, 4,65 milhões.

André Eler, diretor técnico da Bites, aponta que o aumento institucional não compensou a queda nas redes do presidente: “O volume de interações do governo é muito baixo perto da relevância que o Lula tem, e as redes dele caíram de forma considerável. Isso mostra uma dificuldade do Sidônio de produzir efeitos para crescer o canal do presidente. Ou indica uma dificuldade com a própria imagem do Lula, que teve uma queda de popularidade no período.”

Durante a gestão de Pimenta, a média de interações por postagem vinha em alta. Com Sidônio, a tendência se inverteu.

Enquanto o Planalto perde tração, perfis da direita ampliaram alcance. Jair Bolsonaro (PL) teve alta de 34% nas interações, somando 90 milhões — quase 20 vezes mais que o governo federal. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) subiu 84,1%, Nikolas Ferreira (PL-MG), 50,6%. Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União-GO) cresceram 67,4%, 64,6% e 17%, respectivamente.

Segundo Eler, a mobilização da direita explorou pautas como a suposta taxação do Pix, apoio a Donald Trump e a defesa de anistia aos presos do 8 de janeiro.

Em entrevista à newsletter Jogo Político, Sidônio admitiu erros e disse que o governo falhou em “comunicar a herança que encontrou”, em referência à gestão Bolsonaro. Respondeu críticas à sua estratégia, considerada antiquada por aliados.

“Antiquada? Só porque existe a internet hoje em dia, não vou trabalhar essas outras coisas? Pronunciamento é uma forma de comunicação, sim, assim como entrevistas e os chamados quebra-queixos. Cada um com a sua característica. O rádio mexe com a imaginação das pessoas, a TV tendo a imagem trabalha com a passividade da audiência, a rede social estimula a interatividade. Cada um tem o seu formato, e estamos trabalhando todos eles”, declarou o ministro.

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