A edição deste domingo (9) da Revista Veja traz uma matéria destacando preocupações manifestadas por José Dirceu, líder petista, em supostos encontros com empresários.
Condenado nos escândalos do mensalão e do petrolão, o ex-ministro concorda que a economia e os programas sociais são áreas prioritárias para recuperar a popularidade de Luiz Inácio.
Entretanto, segundo a revista, ele demonstra preocupação com a falta de iniciativas da nova gestão na área da segurança pública. Dirceu alega que a chamada “extrema direita” tem dominado esse campo, aprovando medidas repressivas enquanto a esquerda e seus aliados não apresentam alternativas.
Recentemente, o Congresso derrubou o veto de Lula ao fim das saídas temporárias de presos. Além disso, em resposta a um julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), parlamentares prometem aprovar uma proposta de emenda constitucional que criminaliza o porte e a posse de qualquer quantidade de droga.
Segundo a Veja, Dirceu está preocupado com o discurso “bolsonarista” de que o “PT defende bandidos e traficantes”, e o governo Lula ainda não delineou uma estratégia eficaz para lidar com esses temas no Legislativo e na opinião pública.
Dirceu sugere que os governistas reforcem as medidas de inteligência para combater o crime, utilizando a infiltração de agentes para desmantelar grandes facções criminosas e esquemas locais de crimes menores, como a revenda de celulares roubados.
Ele acredita que tais medidas seriam mais eficazes e menos danosas, evitando “execuções de inocentes”, como alega ter ocorrido sob a polícia comandada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, um dos principais nomes da oposição a Lula para 2026.
Dirceu alerta que medidas de repressão, embora populares, embutem um perigo significativo: elas podem fortalecer excessivamente o governante que aposta na repressão, abrindo caminho para uma ditadura legalizada sob o pretexto de combater a criminalidade.
Conforme a reportagem, Dirceu cita El Salvador como exemplo, onde Nayib Bukele, conhecido por suas medidas rigorosas contra as gangues criminosas, alterou a Constituição para permitir sua reeleição sem limites.