Demanda por carros elétricos na UE desmatará 14 mil hectares no Brasil por mês

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Um relatório das organizações Fern e Rainforest Foundation Norway, divulgado no Fórum da OCDE, revela que o Brasil perderá 14 mil hectares de floresta por mês — equivalente a 50 campos de futebol — pelos próximos 25 anos para suprir a demanda por minerais de baterias de carros elétricos (EVs) da União Europeia.
A extração de lítio, níquel e cobalto, essenciais ao Pacto Verde Europeu, exige a supressão de áreas florestais com vegetação superior a 5 metros.
Até 2050, a UE necessitará de 20 milhões de toneladas anuais de minerais críticos. Caso as baterias de lítio, níquel e cobalto (NMC 811) predominem, a mineração devastará 118 mil hectares globalmente, ou 18 campos de futebol por dia. Em cenários alternativos, o Brasil pode responder por 11% a 36% do desmatamento, atrás ou à frente da Indonésia, dependendo da tecnologia de bateria adotada.
Mais de 54% dos minérios estão em territórios indígenas, e 70% incluem áreas de comunidades agrícolas familiares. A Europa, porém, contribui com menos de 1% do desmatamento ligado à mineração. O estudo indica que baterias alternativas e mudanças em hábitos de mobilidade, como caronas, reduziriam a perda florestal de 120 mil para 20 mil hectares até 2050.
A cruzada por um “futuro verde” europeu custa caro ao Brasil. Enquanto a UE posa de ambientalista, nossas florestas e comunidades pagam o preço.

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