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Crise no SUS: Clínicas de diálise enfrentam atrasos de repasses federais e temem colapso

Reprodução/Globo

Mais de 700 clínicas de diálise conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) enfrentam atrasos nos repasses do governo federal desde dezembro de 2024, comprometendo o atendimento de cerca de 110 mil pacientes com doença renal crônica em todo o país. A situação foi revelada pela coluna Painel, da Folha de S.Paulo.Os valores pendentes ultrapassam R$ 400 milhões, recursos essenciais que deveriam ser repassados a estados e municípios para o custeio dos tratamentos. Segundo o Ministério da Saúde, o pagamento do Fundo Nacional de Saúde, normalmente realizado em até 30 dias após o fechamento do mês, está sendo impactado pela implementação de um novo sistema de pagamento, que gerou entraves burocráticos.

A crise afeta principalmente clínicas que dependem quase exclusivamente dos repasses do SUS para manter suas operações. Além disso, a tabela de valores pagos pelo sistema público está defasada em cerca de 30% em relação ao custo real da hemodiálise, conforme apontado pela Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplantes (ABCDT).

“O que mais nos espantou é que não houve qualquer comunicado oficial sobre os atrasos. Os gestores das clínicas estão em desespero, e a desinformação só piora a situação”, afirmou o vice-presidente da ABCDT, o nefrologista Leonardo Barberes.

Em nota, o Ministério da Saúde alegou que os recursos estão assegurados e que os repasses devem ser concluídos até o fim da semana, garantindo que as secretarias estaduais encaminhem os valores às clínicas. Apesar da promessa, o setor segue em alerta, temendo que a situação se prolongue e agrave ainda mais o cenário já precário do atendimento.

A crise expõe não apenas a fragilidade dos mecanismos de pagamento, mas também a falta de diálogo entre o governo e os prestadores de serviço, colocando em risco a vida de milhares de pacientes que dependem de tratamentos contínuos e indispensáveis.

A Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplantes pede urgência na resolução do problema e destaca a necessidade de atualização dos valores pagos pelo SUS para evitar novos colapsos no sistema.

Reprodução/Globo

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