Crise nas autoescolas: relatório aponta colapso nos CFCs e cobra intervenção imediata do governo
Um relatório setorial revela uma queda brusca nas matrículas e risco de fechamento em massa de Centros de Formação de Condutores (CFCs) no país, com caixa estrangulado e demissões em série. O documento — elaborado após dois meses de retração aguda — pede medidas emergenciais para evitar colapso da rede que forma novos motoristas.
No epicentro da crise está a insegurança regulatória criada pela proposta do governo federal de extinguir a obrigatoriedade de contratar autoescola e criar a figura do instrutor autônomo. O ministro Renan Filho afirma que “a autoescola não vai acabar; o que acaba é a obrigatoriedade”, prometendo competição e redução de custos — mas o setor já sente o baque no balcão.
A reação veio das ruas: proprietários de autoescolas protestaram em vários estados, apontando quebra de receita e incerteza sobre regras de transição. Para as entidades, o cronograma da consulta pública e a falta de definições operacionais derrubaram a demanda e encareceram o risco do negócio.
O que os CFCs pedem, em caráter urgente: calendário claro de transição; manutenção do acompanhamento pedagógico obrigatório; combate ao instrutor clandestino; revisão de taxas estaduais; linhas de crédito (BNDES/Pronampe) e desoneração temporária de folha. Entidades de segurança viária alertam que um “apagão” na formação de condutores pode piorar indicadores de sinistros.
Em síntese: a promessa de baratear a CNH virou, na prática, uma travessia no escuro para quem mantém a sala de aula acesa. Sem regra de transição robusta e garantias mínimas, o governo federal troca pneu com o carro em movimento — e deixa um setor essencial à segurança viária à beira da pane.
Sugestão de foto (livre de direitos): fachada de autoescola com salas vazias e cadeiras empilhadas (imagem editorial genérica de “driving school”/“empty classroom”).
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