CPMI do INSS manda prender presidente da CBPA por falso testemunho; escândalo expõe fragilidade na fiscalização federal
O presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, teve a prisão decretada em flagrante pelo chefe da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), após sucessivas contradições no depoimento e indícios de falso testemunho. A decisão foi anunciada na madrugada desta terça-feira (4/11), ao fim de uma sessão que começou na segunda (3/11).
Segundo os parlamentares, Abraão negou relação com o tesoureiro da entidade, Gabriel Negreiros, mas acabou admitindo que se trata de seu compadre, após a apresentação de foto e de informações sobre depósitos milionários. A comissão já havia aprovado a quebra de sigilos do dirigente e requisitado relatório do Coaf.
Mesmo amparado por habeas corpus que lhe permitia silenciar em perguntas autoincriminatórias, o depoente se contradisse — ponto que sustentou o flagrante.
A CBPA é alvo central do caso dos descontos indevidos em benefícios do INSS. Relatórios da CGU apontam que a confederação não tem funcionários registrados, mas chegou a 445 mil filiados no 1º trimestre de 2024 e faturamento de R$ 41,2 milhões; o órgão suspeita de fraude.
O escândalo, que levou a PF a deflagrar a Operação Sem Desconto em 23 de abril, já havia provocado afastamentos no alto escalão do INSS e abriu uma crise política no governo federal, culminando na saída do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
A CPMI segue apurando o esquema que, segundo a CGU, pode ter arrancado até R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas sem autorização — um retrato da falha de controle público que penaliza quem menos pode.
Siga o DFMobilidade nas redes e participe do debate: comente, compartilhe e marque um amigo que precisa se informar. Instagram: @dfmobilidade | YouTube: /dfmobilidade | Facebook: /dfmobilidade | X: @dfmobilidade
Hamilton Silva
								
															
											



