CPMI do INSS: base governista blinda irmão de Lula

Reprodução das redes sociais
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Base governista barra convocação de Frei Chico e esvazia CPMI do INSS

A base do governo Lula derrubou, por 19 votos a 11, os requerimentos que convocavam José Ferreira da Silva, o Frei Chico — irmão do presidente e vice-presidente do Sindnapi — para depor na CPMI do INSS, nesta quinta-feira (16). O movimento blindou um dos personagens políticos mais sensíveis do caso e expôs a força do Planalto no colegiado. Segundo o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), todos os pedidos relativos a Frei Chico seriam apreciados após o silêncio do presidente do Sindnapi, que compareceu com habeas corpus e nada respondeu na semana passada. Mesmo assim, a maioria governista fechou questão e derrotou as convocações.

A sessão também ouviu Cícero Marcelino de Souza Santos, ligado à Conafer e apontado pela Polícia Federal como operador central da Operação Sem Desconto — investigação que mira um esquema de descontos ilegais em benefícios de aposentados e pensionistas. Os requerimentos descrevem intermediação de acordos fraudulentos, uso de assinaturas falsas e criação de empresas de fachada para circular valores. A arrecadação da Conafer teria disparado no período em análise, segundo os autos citados.

No pano de fundo, o governo manobra para conter danos políticos enquanto a CPMI percorre nomes e entidades que orbitam o núcleo do caso. Em paralelo, ficou para depois a análise de quebras de sigilo de figuras ligadas ao tema — outra vitória momentânea da tropa aliada. Resultado prático do dia: a comissão perde fôlego exatamente onde deveria aumentar o escrutínio. Para quem prometeu “defender aposentados”, blindar depoente estratégico soa como escolher o silêncio quando a pergunta aperta.

O que está em jogo — A CPMI investiga um esquema bilionário de descontos indevidos sobre benefícios do INSS, com ramificações em sindicatos e associações; a PF já deflagrou fases da Operação Sem Desconto.
— Frei Chico é vice do Sindnapi, entidade no foco das apurações; sua convocação foi rejeitada por 19 a 11.
— O presidente do Sindnapi calou em depoimento anterior amparado por habeas corpus, o que motivou a tentativa de ouvir demais dirigentes.

Resumo crítico A sessão desta quinta-feira cristaliza a prioridade da base: antes de abrir a caixa-preta, fechar a porta da sala. A investigação segue — e deve seguir —, mas a blindagem de um ator central enfraquece a transparência e passa o recibo de que, quando o assunto encosta no entorno do presidente, o interesse público cede lugar à conveniência política. Humor rápido: no dicionário de Brasília, “CPMI mista” agora rima com “convite negado”.

 

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