Correios apostam em PDV para cortar até 15 mil funcionários e tentar estancar prejuízo bilionário

Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

Plano de Demissão Voluntária dos Correios visa cortar até 15 mil empregados como peça central de reestruturação para enfrentar rombo financeiro bilionário e déficit contínuo da estatal, segundo dados apresentados pela própria empresa em coletiva nesta segunda-feira (29).

A empresa pública federal, que enfrenta prejuízos recorrentes desde 2022 e acumulou mais de R$ 6 bilhões de perdas só em 2025, anunciou que abrirá um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV) a partir de janeiro de 2026. A expectativa é que 10 mil funcionários optem pelo desligamento em 2026 e outros 5 mil em 2027, totalizando uma redução de aproximadamente 18 % do quadro total estimado em 83 mil empregados.

A direção dos Correios afirma que a iniciativa fará parte de um Plano de Reestruturação 2025–2027, com três fases, cujo objetivo é “reduzir a rigidez da estrutura de custos da empresa” e reequilibrar as contas até 2027. Além do PDV, o plano inclui fechamento de cerca de 1 000 agências deficitárias, revisão de planos de saúde e previdência dos funcionários e formação de novas parcerias no setor privado.

A estatal estima que a economia com a folha de pagamento gerada pelo PDV será de R$ 2,1 bilhões por ano, com impacto pleno projetado a partir de 2028. Parte da reestruturação também contempla a venda de imóveis sem uso operacional, com expectativa de arrecadar cerca de R$ 1,5 bilhão, e outras medidas para reduzir custos fixos.

O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, destacou em Brasília que a reestruturação é necessária para “preparar a companhia para um novo modelo de negócio” e garantir sustentabilidade financeira no médio e longo prazo, embora os efeitos mais significativos das mudanças só sejam sentidos após 2027.

A reestruturação ocorre em meio à necessidade de capital adicional para 2026 — os Correios já obtiveram um empréstimo de R$ 12 bilhões com aval do Tesouro Nacional e negociam mecanismos para captar outros R$ 8 bilhões — e diante de críticas sindicais de que as medidas não garantem uma modernização efetiva da empresa postal pública.

A proposta de corte de pessoal também reacende debates sobre o futuro da estatal e seu papel social, uma vez que os Correios são a única empresa presente em todos os municípios brasileiros e desempenham funções essenciais como logística de distribuição de vacinas e serviços postais em áreas remotas.

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