O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil elevou, em 18 de junho de 2025, a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 15,00% ao ano, patamar mais elevado desde julho de 2006 . A decisão, anunciada em sistema de “Super Quarta”, foi tomada por unanimidade pelos nove diretores do colegiado, contrariando a expectativa de maioria no mercado, que previa manutenção em 14,75% .
A elevação vem em meio a um quadro de inflação acima da meta: segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,26% em maio de 2025 e acumula 5,32% nos últimos 12 meses . Esse resultado permanece acima do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual em torno da meta de 3%, reforçando o compromisso do Copom com o controle dos preços.
Recomendamos para você:
Em comunicado oficial, o Banco Central justificou a nova alta pela necessidade de ancorar expectativas de inflação ainda desancoradas — especialmente no setor de serviços — e pela resiliência da economia, que tem mostrado vigor mesmo diante do aperto monetário . Trata-se do sétimo aumento consecutivo, iniciado em setembro de 2024, que elevou a Selic ao seu nível mais alto em quase duas décadas.
Historicamente, a última vez em que a Selic alcançou um patamar tão elevado foi em julho de 2006, quando ficou em 15,25% ao ano. Desde então, o ciclo de cortes iniciado a partir de 2009 havia reduzido gradualmente os juros para estimular o crescimento até 2021, antes do recente ciclo de aperto .
O novo patamar da Selic tende a encarecer ainda mais o crédito para famílias e empresas, pressionando consumo e investimentos. De acordo com a última edição do Relatório Focus, os economistas consultados projetam expansão de 2,2% do PIB em 2025 — já considerando o impacto do aperto monetário . Ao mesmo tempo, analistas apontam que o Copom pode sinalizar uma pausa no ciclo de aumentos na próxima reunião, caso haja desaceleração consistente da inflação .
Apesar de o aperto ter efeito direto sobre o custo do crédito, permanecem dúvidas sobre a origem de parte da inflação: preços administrados e choques externos de oferta, fatores que fogem ao alcance da política monetária, exigem soluções fiscais e regulatórias adicionais. Com isso, o Banco Central reforça seu compromisso com a estabilidade dos preços, ainda que isso represente um custo expressivo para o crescimento econômico em 2025.
Participe da discussão: deixe seu comentário e siga o DFMobilidade nas redes sociais!
Facebook: https://facebook.com/dfmobilidade · Twitter: https://twitter.com/dfmobilidade · Instagram: https://instagram.com/dfmobilidade
Hamilton Silva
Economista (Uniceub ’98), pós-graduado em Gestão Financeira, jornalista há 13 anos, editor-chefe do Portal DFMobilidade.com.br, diretor da Associação Brasileira dos Portais de Notícias (ABBP) e secretário do Rotary Club de Brasília.