O ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva vai assumir, em fevereiro, o cargo de diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A chegada do general da reserva do Exército coincide com o início do mandato do ministro Edson Fachin à frente da Corte e foi costurada pelo ministro Alexandre de Moraes, que assumirá a presidência do TSE em agosto.
Como Fachin ficará no cargo somente seis meses, e Moraes será o presidente da Corte durante as eleições de outubro, os dois têm tentando manter uma equipe coesa, para que não haja descontinuidade em meio à campanha presidencial. No TSE, Azevedo e Silva terá um cargo-chave, responsável por questões administrativas e de segurança do tribunal. Simbolicamente, representará uma ponte com os militares nas eleições de 2022.
Um dos temores em relação à campanha do ano que vem é que o presidente Jair Bolsonaro (PL) volte a atacar as urnas eletrônicas e a levantar suspeitas infundadas em relação aos resultados do pleito. Segundo interlocutores do TSE, diante desse cenário, Fachin tem defendido que manter as Forças Armadas ao lado da Justiça Eleitoral é um pilar importante para a garantia da estabilidade democrática.
Azevedo e Silva deixou o governo Bolsonaro em março deste ano. Na época, um dos momentos apontados para a demissão foi que ele resistia em atender às demandas do presidente em relação a um maior engajamento das Forças Armadas em questões políticas.
Como consequência da saída dele do cargo, os três comandantes das Forças Armadas decidiram renunciar conjuntamente. Bolsonaro, então, nomeou para o cargo um dos seus principais aliados da ala militar, Walter Braga Netto, que estava na Casa Civil.
Azevedo e Silva mantém uma boa relação com o Poder Judiciário e chegou ser assessor do então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, em 2018. Ele também foi chefe do Estado-Maior do Exército, um dos postos de maior prestígio nas Forças Armadas.
Fonte: Valor Econômico