Em entrevista ao Metrópoles, presidente do PP classifica como “pauta impossível” proposta de impeachment e destaca poder de Davi Alcolumbre de barrar abertura do processo.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro-chefe da Casa Civil e presidente nacional do Progressistas, afirmou nesta quarta-feira que não assinará nenhum pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Em discurso pragmático, Nogueira argumentou que a atual composição do Senado não oferece os 54 votos necessários para destituir um magistrado da Corte, classificando a pauta como “impossível” e declarando: “Não perco tempo com pautas que não vão ter sucesso”. Além disso, ressaltou que, mesmo com número expressivo de assinaturas, a abertura do processo depende exclusivamente do presidente da Casa, Davi Alcolumbre.
A mobilização da oposição intensificou-se após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro e a aplicação de sanções dos Estados Unidos sob a Lei Magnitsky, reunindo até o momento 40 assinaturas — faltando apenas uma para atingir o mínimo de 41 votos exigidos pela Constituição — segundo levantamentos da Gazeta do Povo e da Agência Brasil. Contudo, o poder de pauta permanece com o comando do Senado, mantendo a iniciativa em suspenso.
Ao justificar sua decisão, Nogueira recordou sua participação ativa no processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff, em 2016, quando havia base jurídica e apoio político suficientes para a aprovação, enfatizando que “ali tínhamos uma pauta que vencemos e tínhamos condição de vencer”.
A declaração provocou críticas de setores mais radicais, com o pastor Silas Malafaia qualificando o posicionamento do senador como traição, acusando-o de fazer um “jogo político psicológico” para desestimular parlamentares a apoiar a pauta.
A decisão de Ciro Nogueira sinaliza uma inflexão no discurso da oposição ao governo federal, indicando um reposicionamento estratégico que pode impactar o equilíbrio político no Congresso Nacional.
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Sobre o autor
Hamilton Silva é jornalista e economista, fundador e editor-chefe do portal DFMobilidade, com 13 anos de experiência em jornalismo político e especializado em mobilidade urbana.