Carlos Bolsonaro denuncia “armações” para vinculá-lo a atos extremistas: acusações e suspeitas sobre o envolvimento do FBI e hackers
No dia 9 de novembro de 2024, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) usou suas redes sociais para fazer graves denúncias sobre uma suposta “trama” orquestrada para associá-lo a atos extremistas, incluindo a invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, e os ataques de 8 de janeiro no Brasil. Carlos, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, alegou que as tentativas de vincular seu nome a esses acontecimentos foram elaboradas ainda durante o mandato de seu pai e afirmou que novos detalhes sobre essas “coincidências” serão revelados em breve.
Em uma série de postagens, Carlos expressou sua certeza de que há uma conspiração em andamento. Ele mencionou que o FBI teria investigado uma pessoa em Washington para confirmar se ele realmente esteve hospedado em sua casa, questionando inclusive a presença de trajes sociais que justificariam supostos encontros com membros do parlamento americano. O vereador insinuou que tais investigações tinham como objetivo ligá-lo, de forma encoberta, à invasão do Capitólio, ocorrida em 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Donald Trump tentaram reverter os resultados das eleições presidenciais nos Estados Unidos.
Dados vazados e invasão hacker
Carlos Bolsonaro também relatou que recebeu um comunicado de um hospital informando sobre uma invasão hacker, que teria roubado dados relacionados ao nascimento de sua filha em território americano. Esse incidente, segundo ele, faz parte de uma sequência de ações coordenadas para justificar uma narrativa de conspiração, com o intuito de associá-lo a atividades ilícitas ou potencialmente perigosas.
Operações de investigação e relação com eventos no Brasil
Essa narrativa de Carlos Bolsonaro vem à tona em um contexto em que seu nome já foi alvo de investigações anteriores. Em 2024, a Polícia Federal conduziu a operação “Vigilância Aproximada,” na qual foram apuradas suspeitas de monitoramento ilegal de autoridades por uma suposta “Abin paralela” durante o governo Bolsonaro. A operação gerou reações de políticos e figuras públicas, com alguns defendendo o vereador e outros pedindo explicações mais detalhadas sobre seu envolvimento.
Além disso, Carlos menciona que, antes mesmo dos acontecimentos de 8 de janeiro no Brasil — data em que manifestantes invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto — já havia tentativas de associar os eventos de Washington ao contexto brasileiro. Em ambas as situações, ele aponta uma intenção coordenada de “armações” para criminalizar sua imagem.
Análise das acusações
As declarações de Carlos Bolsonaro, embora expressivas, se somam a uma longa lista de acusações e teorias de conspiração que cercam a família Bolsonaro desde o período em que Jair Bolsonaro estava no poder. É importante considerar que tanto o FBI quanto outras autoridades americanas têm interesse em investigar qualquer possível influência externa nos ataques ao Capitólio, e a eventual ligação com figuras internacionais pode ser parte do protocolo de investigação. Contudo, até o momento, não há evidências públicas de que o vereador tenha estado envolvido nos eventos citados.
O vereador sugere, por fim, que as “armações” para ligá-lo a essas situações continuarão a ser expostas e promete novas revelações que podem mudar o rumo dessas acusações. Resta saber se essas revelações trarão elementos factuais que corroborem sua versão ou se a questão continuará a alimentar disputas e teorias entre apoiadores e opositores da família Bolsonaro.
Carlos Bolsonaro segue em uma linha de discurso que reforça a ideia de perseguição política, uma narrativa já conhecida em outros momentos. Suas acusações, porém, levantam questões sérias e ainda não respondidas sobre a extensão da vigilância e das investigações a que ele e sua família podem estar sujeitos. Esse caso ilustra bem a tensão entre transparência, segurança e a possível instrumentalização de investigações para fins políticos.