Brasil precisa dobrar metrô e quadruplicar BRTs e VLTs, aponta estudo do BNDES

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Um estudo conjunto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Ministério das Cidades concluiu que o país precisará dobrar a extensão da rede de metrô e quadruplicar as malhas de BRT (Bus Rapid Transit) e VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) até 2054, para atender à demanda crescente por transporte público de média e alta capacidade. Para isso, será necessário um investimento de até R$ 500 bilhões ao longo das próximas três décadas .

O levantamento — divulgado no Boletim Informativo nº 4 do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU) — mapeou 194 projetos em 21 regiões metropolitanas, que somam hoje 2.007 km de redes de transporte público coletivo e podem chegar a 2.500 km até 2054. Desse total futuro, estão previstos acréscimos de:

  • 323 km de linhas de metrô
  • 96 km de trens urbanos
  • 1.930 km de sistemas de BRT, VLT ou monotrilho
  • 157 km de corredores exclusivos de ônibus .

Para viabilizar essa expansão, o BNDES estima aplicação de R$ 500 bilhões, em parceria com a União, estados e municípios. Segundo Felipe Borim, superintendente de Infraestrutura do BNDES, embora cada quilômetro de metrô custe cerca de R$ 1 bilhão, o BRT pode ser implantado por R$ 50 milhões por quilômetro, o que justifica a ênfase no transporte sobre pneus para atender a regiões de menor densidade .

O estudo também destaca a urgência de reverter a queda de 43% no uso de transporte público verificada nos últimos anos, reforçando a necessidade de ampliar oferta e melhorar a integração entre modais . Além disso, projeta-se que, com a implantação das “Redes Futuras”, mais de 80% das regiões metropolitanas terão 30% de sua população residente a até 1 km de uma estação de TPC-MAC (transporte público coletivo de média ou alta capacidade), patamar que ultrapassa 40% em metrópoles como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador .

Em levantamento anterior, divulgado em março no Boletim Informativo nº 3, foram identificados 400 projetos de mobilidade urbana com valor estimado superior a R$ 600 bilhões, montante que supera em duas vezes o déficit de R$ 300 bilhões calculado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para o setor .

Próximos passos
O ENMU continuará servindo de base para a formulação de políticas públicas e para a carteira de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs) do Novo PAC. Estados e municípios são esperados a acelerar a elaboração de estudos de viabilidade e termos de referência, de modo a garantir licitações e contratos dentro dos prazos necessários para que a expansão ocorra até meados de 2054.


 

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