Brasil na mira de Trump: tarifa sobre etanol pode disparar para 18%

Foto: Divulgação/X/The White House
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Em uma medida que promete redefinir as relações comerciais dos Estados Unidos com o mundo, o presidente Donald Trump assinou nesta quinta-feira (13/2) um decreto que estabelece a imposição de tarifas recíprocas contra países que aplicam impostos sobre importações norte-americanas. A decisão visa equilibrar as condições de comércio internacional, garantindo que os Estados Unidos não sejam desfavorecidos por tarifas estrangeiras.

“Não cobraremos deles nem mais, nem menos”, afirmou Trump durante a assinatura da ordem. “Em outras palavras, eles nos cobram um imposto ou tarifa, e nós cobramos deles exatamente o mesmo imposto ou tarifa. Muito simples.”

A iniciativa é parte de uma série de ações da administração Trump destinadas a priorizar os interesses econômicos dos EUA. Recentemente, o presidente anunciou uma tarifa de 25% sobre todas as importações norte-americanas de aço e alumínio, medida que afeta diretamente países como Brasil, Canadá e México, principais fornecedores desses produtos para o mercado americano.

A política de tarifas recíprocas não se limita apenas a produtos metálicos. O etanol brasileiro, por exemplo, foi citado no decreto como um caso de desequilíbrio tarifário. Atualmente, os EUA aplicam uma tarifa de 2,5% sobre o etanol importado, enquanto o Brasil impõe uma taxa de 18% sobre o etanol norte-americano. Em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, exportando apenas US$ 52 milhões para o país sul-americano. Com a nova medida, as importações de etanol brasileiro podem sofrer aumentos tarifários para se igualar aos 18% aplicados pelo Brasil.

A estratégia de Trump tem gerado preocupações na comunidade internacional, especialmente entre aliados comerciais tradicionais dos EUA. México e Canadá, inicialmente alvos das tarifas de 25% sobre importações, recuaram e aceitaram negociar com os EUA após o anúncio das medidas. No entanto, a imposição de tarifas recíprocas pode intensificar tensões comerciais e levar a retaliações por parte de outros países.

Analistas apontam que essa postura assertiva dos Estados Unidos pode enfraquecer o princípio da “nação mais favorecida” da Organização Mundial do Comércio (OMC), que exige que os membros garantam tratamento tarifário e regulatório igualitário a outros membros. Isso pode resultar em uma renegociação global das taxas tarifárias entre a maior economia do mundo e seus inúmeros parceiros comerciais.

O governo brasileiro, por sua vez, está atento às movimentações de Washington. O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o país buscará diálogo com os EUA para discutir as novas tarifas sobre o aço e o alumínio, considerando a possibilidade de estabelecer cotas de importação como uma solução viável.

Enquanto isso, o mercado financeiro reage às incertezas geradas pelas políticas comerciais de Trump. O dólar apresentou leve alta, sendo cotado a R$ 5,76, influenciado pelas novas tarifas e por dados recentes de inflação nos EUA.

A comunidade internacional aguarda os desdobramentos das medidas anunciadas pela administração Trump, ciente de que as decisões tomadas em Washington podem ter impactos significativos nas dinâmicas comerciais globais.

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