O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou, nesta quarta-feira, que recebeu um convite do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para participar da cerimônia de posse, marcada para o próximo dia 20 de janeiro. O evento também oficializará J.D. Vance como vice-presidente. Bolsonaro destacou que considera o convite uma grande honra e agradeceu a intermediação de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), na relação diplomática com a família Trump.
No entanto, Bolsonaro enfrenta um obstáculo jurídico para comparecer à posse. Seu passaporte segue retido por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito das investigações relacionadas aos atos “antidemocráticos” de 8 de janeiro de 2023. Para resolver a questão, o advogado de Bolsonaro, Dr. Paulo Bueno, informou que já protocolou uma solicitação ao STF pedindo a liberação do documento.
Relações estreitas entre Bolsonaro e Trump
O convite reforça a proximidade entre Bolsonaro e Trump, ambos conhecidos por alinhamentos ideológicos e discursos populistas. Durante seus mandatos, os dois líderes estreitaram laços em áreas como comércio e políticas internacionais. A relação entre as famílias também foi fortalecida, com Eduardo Bolsonaro atuando como ponte em encontros e diálogos de bastidores.
A posse de Trump, que retorna à Casa Branca após vitória eleitoral, promete ser um marco na política global, com repercussões nas relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. Bolsonaro, que atualmente se mantém politicamente ativo, tem utilizado suas redes sociais para reforçar suas conexões internacionais, especialmente com lideranças conservadoras.
Impasse jurídico
A retenção do passaporte de Bolsonaro é parte das medidas cautelares impostas por Moraes, que incluem restrições de movimentação e proibição de uso de redes sociais. A defesa do ex-presidente argumenta que sua presença na cerimônia é de “grande importância diplomática e pessoal” e espera uma decisão favorável do STF nos próximos dias.
Até o momento, o Supremo não se pronunciou sobre o pedido de devolução do passaporte, o que pode inviabilizar a presença de Bolsonaro no evento. Enquanto isso, o convite é interpretado como uma oportunidade de reafirmação de sua influência no cenário internacional, mesmo enfrentando desafios jurídicos internos.