O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou sua conta no X nesta segunda-feira (7) para agradecer publicamente as declarações de apoio feitas pelo ex-mandatário norte-americano Donald Trump. Em sua postagem, Bolsonaro afirmou ter “convivido por dois anos com o presidente Trump, onde sempre defendemos os interesses dos nossos povos e a liberdade de todos” e classificou o processo judicial que enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF) como uma “aberração jurídica (Lawfare), clara perseguição política” .
A ação penal contra Bolsonaro foi recebida pela Primeira Turma do STF em 26 de março de 2025 e apura suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, além de organização criminosa e abolição violenta do Estado de Direito . Paralelamente, em 30 de junho de 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou-o inelegível até 2030 por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante sua campanha eleitoral .
Reação do governo federal
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva emitiu nota oficial no Planalto e replicou em seu perfil no X que “a defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei” . A mensagem foi interpretada como resposta direta ao apoio de Trump a Bolsonaro e reafirma o princípio da não-intervenção nas questões internas do Judiciário brasileiro.
A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), também se manifestou duramente contra o pronunciamento do ex-presidente americano. Em publicações no X, a petista afirmou que “Donald Trump está muito equivocado se pensa que pode interferir no processo judicial brasileiro. O tempo em que o Brasil foi subserviente aos EUA foi o tempo de Bolsonaro, que batia continência para sua bandeira e não defendia os interesses nacionais” .
Contexto e desdobramentos
Bolsonaro tornou-se réu no STF após denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República, que apontam um plano de ruptura institucional articulado junto a integrantes das Forças Armadas para evitar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2023. O processo segue em fase de alegações finais, enquanto analistas avaliam o impacto político da intervenção de um ex-presidente dos EUA no debate judicial brasileiro.
O episódio reacende o debate sobre soberania nacional e limites da diplomacia paralela. Especialistas de direito constitucional consultados observam que, embora manifestações internacionais façam parte do diálogo entre nações, interferências diretas em processos judiciais podem fragilizar a percepção de independência do Judiciário.
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