Em depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10/6), interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente Jair Bolsonaro declarou que “golpe é uma coisa abominável” e assegurou que “não foi sequer cogitada essa hipótese de golpe” durante seu governo .
Sob investigação na ação penal originada da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro figura como um dos oito réus acusados de articular um plano para impedir a transição de poder após as eleições de 2022. No início da tarde, o ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier, o ex-ministro Anderson Torres e o general Augusto Heleno prestaram depoimento, antes de o interrogatório do ex-mandatário começar por volta das 14h30 .
A investigação, conduzida no âmbito da Operação Contragolpe, instaurada pela Polícia Federal em novembro de 2024, indiciou 40 pessoas, incluindo Bolsonaro, pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. Segundo a denúncia, o grupo planejava ações como a detenção de membros do Poder Judiciário, o fechamento de instituições democráticas e até atentados contra autoridades em 2023 .
Na sessão, Bolsonaro reforçou que sempre atuou “dentro das quatro linhas” e criticou a investigação, sugerindo motivação política por parte do STF. A defesa sustenta que não houve qualquer ato conspiratório e que todas as medidas em sua gestão respeitaram a Constituição.
Conecte-se
Participe da discussão e siga nossas redes sociais: