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Após ‘operação Lava Dirceu’, jantar sacramenta retorno do petista à política

Lula-e-Jose-Dirceu

Pouco mais de dez anos após ter sido preso, condenado pelo STF por chefiar até então o maior esquema de compra de votos de parlamentares para favorecer os primeiros anos do governo Lula, ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula José Dirceu está de volta. Com o centrão e com tudo, nas palavras de Romero Jucá.

Nesta quarta-feira à noite, 14, o ex-mensaleiro comemorou, antecipadamente, seus 78 anos de idade com um convescote nada modesto realizado na residência de amigos, no Lago Sul, região nobre de Brasília. E a lista de convidados revela que José Dirceu não somente recuperou a liberdade, como o também prestígio da classe política que outrora evitava dividir o mesmo espaço com o petista.

Participaram do jantar homenagem a Dirceu, desde integrantes da esquerda, como o deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL), a figura como o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) – que representou o presidente Lula -, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, o líder do Republicanos na Câmara, Hugo Mota, entre outros.

Alguns outros ministros de Lula participaram da festinha: Fernando Haddad, Márcio Macêdo, José Múcio, Silvio Costa Filho, Nísia Trindade, Juscelino Filho e Celso Sabino.

O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Manoel Carlos de Almeida Neto, e a turma do Prerrogativas – entre os quais Marco Aurélio Carvalho e Antônio Carlos de Almeida Castro (o Kakay) também marcaram presença no jantar nada modesto de José Dirceu.

O próprio convite do jantar já era uma sina desse “retorno triunfal”. “São muitos anos de luta, tragam seu vinho, sua alegria e venham comemorar comigo. Espero vocês!”.

Em determinado momento do jantar, Dirceu foi incitado a falar de política. Evitou tecer qualquer avaliação sobre a gestão Lula ou de seus aliados. Mas exaltou o que ele chamou de bons números da economia e a política econômica conduzida pelo colega de partido Fernando Haddad.

Ao final da fala, breve, em torno de 20 minutos, Dirceu foi exaltado com o mesmo grito de guerra entoado pelos petistas após ter sido preso no mensalão: “Dirceu, guerreiro do povo brasileiro. Dirceu, guerreiro do povo brasileiro”.

O jantar de Dirceu é uma metáfora da impunidade brasileira. Dirceu foi condenado a 7 anos e 11 meses por corrupção ativa no mensalão – depois beneficiado com um indulto. Na Lava Jato, foi alvo de duas condenações: corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa, em maio de 2016. Com o tempo, o STJ esvaziou as condenações e hoje Dirceu é um homem livre.

Um verdadeiro tapa na cara da sociedade brasileira.

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