O presidente Lula (PT) foi recebido pelo presidente português Marcelo Rebelo de Sousa na manhã deste sábado, 22, em Lisboa. Em seguida, eles foram ao Mosteiro dos Jerónimos, onde prestaram homenagem ao poeta português Luís de Camões – autor da obra “Os Lusíadas”, que morreu no século XVI.
O chefe de estado brasileiro está fazendo sua primeira viagem à Europa em seu terceiro mandato como presidente do Brasil. Ele desembarcou na manhã de sexta-feira, 21, junto com a primeira-dama, Janja da Silva.
À tarde, Lula foi recebido pelo primeiro-ministro português, António Costa, por ocasião da XIII Cúpula Luso-Brasileira. A Cúpula deve terminar às 20h, hora local.
Os dois governos assinarão pelo menos 13 documentos, incluindo um acordo para reconhecer diplomas nos níveis fundamental e médio e outro para reconhecer carteiras de motorista.
Ainda no sábado à noite, Lula e Janja viajarão para a Espanha, onde mais quatro acordos serão assinados.
Guerra na Ucrânia
Após declarações polêmicas na semana passada, Lula reiterou no sábado o apoio do governo brasileiro a uma solução negociada para a paz na Ucrânia, invadida pela Rússia há mais de um ano, em declaração à imprensa no Palácio de Belém.
“Ao mesmo tempo que meu governo condena a violação da integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada para o conflito. Precisamos criar urgentemente um grupo de países que tente sentar-se com a Ucrânia e a Rússia para encontrar a paz”, disse Lula.
O presidente reafirmou que o Brasil condenou a Rússia por violar a integridade territorial ucraniana desde os primeiros dias do conflito. “Não somos a favor da guerra, queremos a paz”, disse Lula. “É melhor encontrar uma saída ao redor de uma mesa do que continuar tentando encontrar uma saída em um campo de batalha. Se você não fala sobre paz, contribui para a guerra”.
Depois de amenizar suas palavras sobre a Ucrânia, reconhecendo que “a Rússia estava errada” e dizendo que nunca equiparou os dois países, o presidente Lula declarou que entendia o papel dos europeus no conflito:
“Entendo sinceramente o papel da Europa. Encontrei-me com o Presidente da Romênia, e ele tem 600 quilômetros de fronteira com a Ucrânia. Então entendo o seu papel com calma. Mas quero que as pessoas entendam o papel do Brasil”, disse Lula.
O presidente brasileiro também negou que iria pessoalmente a Kiev, onde já ordenou o envio do ex-chanceler Celso Amorim, em data a ser determinada.
“Eu não fui à Rússia nem à Ucrânia; só irei quando houver um clima de construção da paz. Eu nunca equiparei os dois países. Todos nós pensamos que a Rússia estava errada, e já dissemos isso. Mas agora precisamos