A indústria automotiva brasileira acendeu o sinal vermelho: semicondutores podem faltar nas próximas semanas e interromper linhas de montagem no país. O alerta foi feito pelo presidente da Anfavea, Igor Calvet, após montadoras reportarem risco de desabastecimento — cenário que afetaria fabricantes como General Motors, Toyota, Volkswagen, Stellantis, BYD e Hyundai. Segundo a entidade, o problema nasce de um novo aperto geopolítico no fornecimento global de chips, com impactos diretos no Brasil, fortemente dependente de componentes importados.
A Anfavea já comunicou o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, pedindo uma resposta rápida do governo federal, inclusive por via diplomática, para evitar um “efeito dominó” na cadeia automotiva. O setor lembra que cada veículo moderno carrega de mil a três mil chips — e que não há alternativas viáveis no curto prazo. Em jogo, além da produção e da exportação, estão milhares de empregos e contratos em toda a cadeia de autopeças.
A crise expõe uma fragilidade recorrente: a dependência do Brasil em insumos de alta tecnologia, sobretudo da Ásia, e a demora histórica para estruturar um ecossistema local de semicondutores que dê resiliência à produção. Se o governo Lula não agir com rapidez — do diálogo internacional à facilitação logística e alfandegária — o risco de paralisações pode sair do papel, com custos elevados para a indústria, para a arrecadação e para o consumidor.
No curto prazo, o recado do setor é direto: previsibilidade, destravamento de gargalos e coordenação com a diplomacia. No médio prazo, a lição é ainda mais clara: sem política industrial efetiva para semicondutores e componentes críticos, o Brasil continuará vulnerável ao primeiro soluço da geopolítica.
Siga o DFMobilidade nas redes: Instagram, Facebook, YouTube e X. Comente, compartilhe e marque @DFMobilidade para ampliar o debate.
—






