A Secretaria de Economia do Distrito Federal, por meio da Subsecretaria da Receita, e a Polícia Civil (DOT/Decor) deflagraram, na manhã desta terça-feira (21/10), a Operação Makeup contra um grupo varejista do setor de cosméticos com sede em Ceilândia. Segundo as apurações, a rede teria utilizado dezenas de CNPJs, em nomes de familiares e “laranjas”, para fragmentar artificialmente a atividade, ocultar patrimônio e burlar o pagamento de tributos. O passivo estimado supera R$ 21,6 milhões, com movimentação financeira de mais de R$ 250 milhões entre 2019 e 2025.
Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em lojas, distribuidoras, escritório de contabilidade e residências ligadas aos investigados, em regiões como Ceilândia, Taguatinga, Águas Claras, Sudoeste, Vicente Pires e Park Way. A Justiça determinou bloqueio de bens e valores até o limite da dívida tributária. Carros de luxo e dinheiro em espécie foram apreendidos.
De acordo com a Receita do DF, a estratégia consistia em abrir novas empresas quando uma passava a acumular dívidas, mantendo o mesmo ponto, funcionários e identidade visual — indício de unidade de comando e de grupo econômico irregular. Há suspeita de enquadramento indevido no Simples Nacional, com faturamentos reais acima do limite legal. A PCDF apura ainda indícios de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e organização criminosa.
A operação, segundo a equipe fiscal, busca interromper o uso de estruturas artificiais para evasão e garantir concorrência leal ao comércio que paga impostos em dia. A investigação segue em sigilo, e os nomes completos dos alvos não foram oficialmente divulgados até o fechamento deste texto.
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