Indicação de Jorge Messias ao STF pode “melar” após denúncia sobre acordo bilionário com a OAB e o INSS

Jorge Messias - foto: Agência Brasil
Jorge Messias - foto: Agência Brasil

A indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF) enfrenta turbulências sérias após denúncias de bastidores revelarem supostas irregularidades em um acordo firmado entre a Advocacia-Geral da União (AGU), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A manobra, segundo parlamentares da oposição, teria sido costurada para encerrar de forma apressada milhares de processos movidos por aposentados contra o governo federal — o que agora coloca em xeque o nome de Messias, cotado por Lula para a vaga aberta na Corte.

A CPMI do INSS, instalada para investigar irregularidades na gestão e no pagamento de benefícios, aprovou requerimento para convocar Jorge Messias. Ele deverá explicar por que o acordo, estimado em R$ 6 bilhões, teria incluído a OAB como beneficiária de honorários advocatícios, fixados em cerca de 5% do valor total — quantia que sairia diretamente dos cofres públicos.

De acordo com os críticos do governo, o acordo foi uma forma de “tapar o buraco” deixado por fraudes anteriores nos repasses a aposentados, sem punir as associações e entidades envolvidas. Na prática, o Tesouro Nacional estaria pagando novamente por um prejuízo causado por terceiros, sem que a AGU tenha movido ações para recuperar o dinheiro perdido.

A denúncia ganhou força entre parlamentares conservadores, que consideram a medida um duplo prejuízo: “roubaram uma vez e agora estão tirando do contribuinte para cobrir o rombo”, resumiu um senador próximo à CPMI. O caso já repercute nos bastidores do Senado, onde a resistência à indicação de Messias cresce entre integrantes da oposição e até em alas moderadas do MDB e do PSD.

O impacto político

O governo Lula tem pressa em consolidar o nome de Jorge Messias no STF antes do recesso parlamentar. Contudo, a convocação pela CPMI ameaça transformar a sabatina no Senado em um palco de desgaste público, com foco em supostos favorecimentos e acordos obscuros entre a AGU e a OAB.

A situação é vista como embaraçosa para o Planalto, que contava com uma transição tranquila após a saída de Flávio Dino para o tribunal. Agora, há quem aposte que a indicação pode “melar”, especialmente se a CPMI expuser documentos e valores que confirmem a denúncia.

Fontes em Brasília afirmam que a oposição pretende questionar também o presidente da OAB, Beto Simonetti, citado no acordo, e que a convocação conjunta poderá reacender o debate sobre a interferência de entidades privadas em decisões de interesse público.

Com a CPMI prestes a abrir os microfones, o caso promete movimentar a cena política e colocar em xeque a integridade do “homem de confiança” de Lula, num momento em que o governo já enfrenta críticas por tentativas de blindagem de aliados em investigações sensíveis.

✍️ Hamilton Silva Jornalista e editor-chefe do DFMobilidade 

 

 

📲 Acompanhe as atualizações e bastidores da política pelo @dfmobilidade
👉 Instagram | Facebook | YouTube

Comentários

Políticas de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.