A CPMI do INSS oficializou, nesta terça-feira (14/10), o pedido de prisão preventiva de Milton Baptista de Souza, o “Milton Cavalo”, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). O relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), acusa o dirigente de obstrução das investigações e destruição de provas em um esquema que teria drenado recursos de aposentados e pensionistas.
O Sindnapi tem em sua cúpula José Ferreira da Silva, o Frei Chico — irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — como vice-presidente, informação registrada em reportagens e confirmada na cobertura do depoimento em que Milton Cavalo permaneceu em silêncio, amparado por habeas corpus.
Segundo Gaspar, o sindicato recebeu quase R$ 600 milhões via descontos associativos entre 2008 e 2025, com indícios de pagamentos de R$ 210 milhões à BMG Corretora — com retorno de apenas R$ 24 milhões — repasses a entidades parceiras e até a pessoa física, além de uma offshore aberta em Delaware pela esposa do dirigente. Há, ainda, questionamentos sobre um salto de mais de 100 mil novas filiações entre 2023 e 2024.
O silêncio de Milton Cavalo na CPMI foi garantido por decisão judicial — medida que irritou parte dos parlamentares e elevou a pressão sobre o colegiado para aprofundar quebras de sigilo e diligências. A leitura política é cristalina: quando o “direito de calar” vira escudo para quem lida com dinheiro de aposentado, a conta moral sobra para o país — e o prejuízo, para quem menos pode.
No radar imediato da CPMI estão novos pedidos de prisão, além do encaminhamento de provas à PF e ao MP. Para as vítimas dos descontos indevidos, a expectativa é de ressarcimento e responsabilização exemplares. Como diz o jargão de bastidor: quem mexe no bolso do aposentado não precisa de nota de repúdio — precisa de algemas e de um bom ressarcimento com correção.
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