O Partido dos Trabalhadores no Distrito Federal aprovou, por unanimidade, a realização de prévias para definir o candidato ao Governo do DF em 2026. A decisão, tomada durante reunião do Diretório Regional neste sábado (11), expôs mais uma vez as fissuras e disputas internas que têm enfraquecido a legenda local.
Nos bastidores, a suposta “unanimidade” é vista com desconfiança. O anúncio das prévias entre Leandro Grass e Geraldo Magela foi interpretado por setores do partido como uma manobra para manter a aparência de unidade enquanto as alas seguem divididas entre a “geração militante”, que apoia Grass, e o “grupo histórico”, que defende Magela.
Apesar do discurso de transparência e democracia interna, o PT-DF enfrenta dificuldades em conter as disputas por espaço e protagonismo. O cenário é agravado pela indefinição sobre alianças futuras e pela ausência de um consenso sobre a estratégia eleitoral: parte da cúpula petista defende uma candidatura própria até o fim, enquanto outra prefere negociar apoio a nomes de fora da legenda em troca de espaços em eventual governo aliado.
A presença de figuras tradicionais, como Erika Kokay e Arlete Sampaio, reforçou o peso da ala mais antiga, enquanto parlamentares da nova geração — como Ricardo Valle e Gabriel Magno — pressionam por renovação. O resultado é um ambiente tenso, em que cada discurso sobre “fortalecimento do partido” soa mais como tentativa de marcar território do que de unir forças.
Até o momento, a promessa de quatro debates entre os pré-candidatos é vista com ceticismo por militantes e analistas políticos, que enxergam o processo como mais uma etapa da longa guerra por hegemonia dentro do PT-DF. Se o partido não resolver suas contradições internas, corre o risco de chegar a 2026 com um candidato escolhido, mas sem base sólida para sustentá-lo.
📲 Acompanhe o DFMobilidade nas redes sociais:
Instagram: @dfmobilidade
Facebook: DFMobilidade
X/Twitter: @dfmobilidade