Em gravação divulgada nesta terça-feira (12/8), o desembargador Airton Vieira — que atuou como juiz auxiliar de Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF) — descreve desgaste “físico, psicológico e emocional” durante o período em que trabalhou no gabinete do ministro.
No áudio, enviado em 14 de janeiro de 2023 a Eduardo Tagliaferro, então chefe da área de enfrentamento à desinformação do TSE, Vieira afirma que “não está aguentando mais” e que vinha “perdendo a higidez mental”.
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Segundo a reportagem, o desabafo foi dirigido a Tagliaferro, personagem central das investigações sobre vazamentos de mensagens envolvendo o gabinete de Moraes. A conversa à qual a coluna teve acesso indica que o magistrado citou prejuízos à família e relatou pressão “de todos os lados”.
Quem é o magistrado: Airton Vieira integrou o gabinete de Moraes como juiz auxiliar de 2018 até março de 2025, quando deixou a função e retornou ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
Entre as falas atribuídas a Vieira estão as expressões “não estou aguentando mais” e “estou perdendo a higidez mental”. Em outra passagem, ele diz ter “ultrapassado o limite faz tempo” e cogita antecipar o retorno ao TJSP para se afastar do gabinete.
Situação de Tagliaferro: Na última sexta-feira (8/8), Moraes negou pedido da defesa de Tagliaferro para acesso aos autos do inquérito que o investiga. A Polícia Federal indiciou o ex-assessor por violação de sigilo funcional com dano à administração.
De acordo com a coluna, até a publicação da matéria não houve resposta de Airton Vieira. Em manifestações anteriores, o gabinete de Alexandre de Moraes negou irregularidades na interlocução com órgãos como o TSE, afirmando que as solicitações seguiram as competências legais e regimentais.
O conteúdo reforça a série de revelações conhecida como “Vaza Toga”, que envolve a atuação de assessores e juízes vinculados ao gabinete de Moraes e mantém desdobramentos administrativos e políticos desde 2024. Eventuais novas manifestações das partes citadas podem alterar o quadro.
