O diretor do BTG Pactual em Miami, Bernardo Van Brussel Barroso, filho do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, decidiu não retornar aos Estados Unidos por cautela diante do ambiente gerado pelas medidas do governo Donald Trump contra ministros da Corte. Segundo apuração publicada por veículos brasileiros, ele estava de férias na Europa quando as restrições foram anunciadas. Não há, até aqui, notificação oficial sobre o status do visto do executivo.
As tensões aumentaram em 18 de julho de 2025, quando o Departamento de Estado revogou vistos do ministro Alexandre de Moraes, de familiares e de “aliados” na Corte. Em 30 de julho, o Tesouro dos EUA incluiu Moraes na lista de sanções do programa Global Magnitsky, alegando graves violações de direitos humanos e censura extraterritorial — o que bloqueia eventuais ativos sob jurisdição americana e proíbe cidadãos e empresas dos EUA de manter relações com o sancionado.
Na prática, o endurecimento do governo Trump contra o Judiciário brasileiro se somou à escalada tarifária sobre produtos do Brasil e já produz efeitos políticos e econômicos. Nesta segunda (11.ago.2025), ganhou corpo o relato de que uma reunião entre os titulares da Fazenda dos dois países — Fernando Haddad e Scott Bessent — foi cancelada, frustrando a tentativa de abrir uma porta de negociação.
Em reação às punições, Alexandre de Moraes afirmou que o STF “ignora sanções” e que os ritos processuais seguem inalterados, inclusive no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Barroso e Gilmar Mendes também defenderam o colega em sessão recente, classificando a independência do Judiciário como cláusula central do regime democrático.
Impacto político O episódio expõe a fragilidade da articulação externa do governo federal: enquanto o Planalto tenta conter os danos econômicos e diplomáticos, a ofensiva americana amplia incertezas para setores financeiros e de tecnologia que operam entre Brasil e EUA. Para o governo Lula, o custo político é duplo: perde narrativa no campo internacional — onde a agenda de “não interferência” fica sob teste — e vê a crise contaminando o ambiente doméstico. (Sim, Brasília já tinha problemas; agora ganhou tarifa, sanção e constrangimento — pacote completo.)
O que se sabe até agora • Bernardo Barroso decidiu não voltar aos EUA por precaução; não há confirmação de cancelamento de visto.
• Em 18/7, os EUA revogaram vistos de Moraes, familiares e “aliados” do STF.
• Em 30/7, o Tesouro sancionou Moraes sob a Lei Magnitsky (E.O. 13818).
• A crise contaminou a agenda econômica: reunião Haddad–Bessent foi cancelada.
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