O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, pediu perdão publicamente ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta quarta-feira (7), durante a primeira sessão após a reabertura dos trabalhos legislativos.
“Não fui correto e te peço perdão da tribuna da Câmara. Não fui correto no privado, mas faço questão de vir em público te pedir perdão”, afirmou Sóstenes. O deputado também reconheceu que muitos parlamentares da oposição atuaram no “calor da emoção” e não estavam “estruturados” para o momento.
A fala ocorre após dois dias de obstrução por parte da oposição no Congresso Nacional. Os parlamentares reivindicavam a votação de temas como a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, o fim do foro privilegiado e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em sua fala, Sóstenes negou que tenha havido qualquer tipo de pressão ou chantagem sobre o presidente da Câmara. “Ele não assumiu o compromisso de pauta nenhuma conosco”, disse. “O compromisso é com os líderes partidários e nós, que representamos a maioria desta Casa, vamos sim pautar o fim do foro privilegiado e a anistia”, completou.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, respondeu com um apelo pela retomada da normalidade institucional. “Daquilo que é importante para um valor, sim, que é inegociável para todos nós. Que a nossa democracia possa prevalecer aqui, diante das votações”, declarou.
Enquanto isso, no Senado, a oposição também realizou protestos. Na quarta-feira (6), o senador Magno Malta (PL-ES) se acorrentou à Mesa Diretora do plenário. No entanto, um dia depois, o parlamentar recuou e pediu desculpas ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). “Exagerei no protesto”, admitiu.
Após duas reuniões com Alcolumbre, os senadores de oposição encerraram a obstrução e formalizaram o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, com o apoio de 41 assinaturas.