O aumento acelerado da frota de motocicletas no país expõe um cenário em que milhões de brasileiros recorrem a alternativas perigosas para suprir a carência de transporte público eficiente que acaba tendo consequências levando as pessoas usarem formas ilegais de direção destacando-se a ausência de CNH.
Em junho de 2025, já circulavam mais de 29 milhões de motos, revelando uma escalada impulsionada pela ausência de sistemas coletivos que atendam com qualidade as necessidades diárias da população.
Para enfrentar essa distorção, especialistas apontam que a mobilidade urbana precisa ser reposicionada como eixo central das políticas públicas, com investimentos robustos em corredores de ônibus, ampliação das redes de ciclovias e requalificação das calçadas, medidas que podem ser acompanhadas no portal da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF).
Em paralelo, ações de curto prazo como fiscalização do uso de equipamentos de segurança, implementação de faixas exclusivas e adequação do pavimento urbano são essenciais para mitigar os riscos. No entanto, sem uma reestruturação ampla do transporte coletivo, a migração para soluções individuais continuará, agravando a sobrecarga das vias e comprometendo a segurança dos usuários.
A mobilidade urbana segura e acessível passa, inevitavelmente, pela democratização dos meios coletivos e pelo incentivo a alternativas sustentáveis de deslocamento, reduzindo a dependência de veículos individuais motorizados e reequilibrando o uso do espaço urbano em favor de quem mais precisa.