Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), o ex-Deputy Assistant Secretary do Departamento de Estado dos EUA, Michael A. Benz, afirmou que o governo Biden utilizou recursos da USAID para financiar operações de censura no Brasil com “dezenas de milhões de dólares” destinados a pressionar o Congresso e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, responsável por apreciar tratados e temas de soberania, aprovou em 26 de março de 2025 o convite ao ex-funcionário da USAID Michael Benz, atendendo a requerimento do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). A audiência ainda não tem data definida.
Em depoimento ao podcast The War Room, apresentado por Steve Bannon em 4 de fevereiro de 2025, Benz alegou que a USAID financiou e coordenou uma ampla operação de censura e controle de informações no Brasil, com o objetivo de minar a campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O norte-americano comparou a atuação da USAID a um “polvo de censura”, afirmando:
“Se a USAID não existisse, Bolsonaro ainda seria o presidente do Brasil e o Brasil ainda teria uma internet livre e aberta.”
Segundo dados do ForeignAssistance.gov compilados pelo USAFacts, cerca de US$ 72,3 milhões foram comprometidos em assistência ao Brasil em 2023, e US$ 49,8 milhões em 2024, a maior parte destinada a programas de democracia, direitos humanos e governança.
Relatório da Congressional Research Service indica que, em 2024, a USAID gerenciou mais de US$ 35 bilhões em dotações orçamentárias globais para projetos de desenvolvimento internacional, incluindo iniciativas de combate à desinformação.
No entanto, organizações citadas por Benz — como Sleeping Giants Brasil, Alma Preta e Instituto Vero — negam ter recebido verbas da USAID ou de qualquer outro órgão americano para projetos de censura ou controle de informações no Brasil.
Até o momento, não há provas documentais apresentadas que comprovem a utilização de fundos da USAID para interferir em processos legislativos ou judiciais brasileiros, reforçando a necessidade de investigação transparente pela CREDN.
A audiência pública promete ser um marco no debate sobre soberania e influência estrangeira, devendo esclarecer se verbas de ajuda internacional foram, de fato, empregadas como instrumento de censura política no Brasil.
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