Em carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, datada de 3 de agosto, a União Progressista – aliança que reúne o União Brasil, presidido por Antonio Rueda, e o Progressistas, liderado por Ciro Nogueira – manifestou “profunda preocupação” com as declarações proferidas durante o 17º Encontro Nacional do PT. Na ocasião, o chefe do Executivo acusou os Estados Unidos de conspirar em golpes no Brasil e confirmou a intenção de substituir o dólar em transações comerciais.
No documento, os partidos argumentam que, longe de contribuir para a solução da crise tarifária que afeta a economia brasileira, a invocação de episódios históricos e a adoção de um tom confrontacional podem agravar tensões diplomáticas com um parceiro estratégico. A carta menciona explicitamente a imposição de tarifas de 50 % sobre produtos nacionais pelo governo norte-americano “liderado por Donald Trump”, ressaltando o impacto imediato dessa medida sobre exportadores brasileiros.
Os presidentes nacionais do União Brasil e do Progressistas alertam que a proposta de uma moeda alternativa, embora válida em debates de longo prazo, “não oferece uma solução imediata” para as empresas afetadas, que demandam “ações concretas e diálogo construtivo” com Washington. Segundo o comunicado, “é imprescindível que o Brasil atue com serenidade e visão estratégica, evitando posturas que comprometam a competitividade de nossas empresas e o bem-estar da população”.
Ainda segundo a carta, o Brasil “possui tamanho e relevância para negociar em igualdade de condições”, mas é necessário traduzir essa postura em “estratégias que priorizem a defesa dos interesses econômicos nacionais”, como a redução de barreiras comerciais e a proteção das exportações. Declarações inflamad as, advertem os signatários, “arriscam isolar o Brasil num momento em que a cooperação internacional é essencial para superar os desafios econômicos globais”.
Com tom claramente mais pragmático do que político, a União Progressista conclui defendendo que o governo federal lidere esforços para fortalecer as relações comerciais com os Estados Unidos, “promovendo negociações baseadas em respeito mútuo e benefícios recíprocos”.
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