A Prefeitura do Rio de Janeiro iniciou estudos para converter os corredores BRT Transoeste e Transcarioca em uma malha de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que totalizará 251 km, tornando-se o maior sistema desse tipo nas Américas. O projeto, conhecido como “VLTzação”, foi anunciado em 2022 e vem passando por avaliação técnica avançada, incluindo planos operacionais, modelagem de negócios e estudos ambientais .
O sistema BRT foi implantado para deixar a cidade preparada para os Jogos Olímpicos de 2016. Atualmente, o município já investiu cerca de R$ 4,5 bilhões no corredor Transcarioca e R$ 2,5 bilhões no Transoeste. Aproveitando-se dessa infraestrutura existente, a Prefeitura estima economizar parte dos recursos inicialmente previstos para novos corredores rodoviários .
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Detalhamento dos eixos
- Transoeste: será o primeiro trecho convertido, com 44,6 km de extensão e 44 estações, ligando Santa Cruz ao Jardim Oceânico. O OPEX anual estimado é de R$ 186 milhões e o projeto está inscrito no PAC Mobilidade para captação de investimentos .
- Transcarioca: ligará o Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca, ao Terminal Aroldo Melodia, na Cidade Universitária, em 35,6 km de trilhos e 52 estações. O custo operacional anual previsto é de R$ 181 milhões, também com recursos pleiteados pelo PAC Mobilidade .
- Botafogo–Gávea: em parceria público-privada, a primeira fase já tem previsão de implantação no primeiro semestre de 2023, com 12 km de trilhos, 13 paradas e Centro Integrado de Operação e Manutenção. Urbanização e soluções de drenagem na Rua Jardim Botânico também fazem parte dessa etapa .
Financiamento e cronograma
Embora as planilhas de viabilidade técnica e econômica estejam consolidadas, ainda não há definição sobre as fontes de financiamento. A Prefeitura trabalha para obter recursos no mercado internacional e em programas federais, mas o estágio atual limita-se à formatação de modelos de concessão e apresentação de propostas a potenciais investidores .
Benefícios e desafios
A transição para VLT promete aumentar em até 100% a capacidade de transporte em relação aos ônibus articulados, oferecer intervalos regulares, reduzir emissões de poluentes e integrar-se de forma mais harmoniosa à paisagem urbana. No entanto, será necessário equilibrar o investimento de capital (CAPEX) remanescente para adaptação dos corredores e garantir a manutenção contínua dos serviços de BRT até a conclusão das obras .
A transformação do sistema marca um novo paradigma na mobilidade carioca, que pode servir de referência para outras metrópoles brasileiras. Resta agora superar as últimas etapas de licitação e assegurar o aporte financeiro para que, ao longo dos próximos 15 anos, o Rio de Janeiro consolide sua rede de 251 km de VLT.
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