As aeronaves da Força Aérea Brasileira destinadas ao transporte de autoridades têm querosene de aviação garantido apenas até o dia 3 de agosto de 2025, segundo nota oficial divulgada em 22 de julho pelo Comando da Aeronáutica na coluna de Andreza Matais, no Metrópoles . A partir dessa data, todos os voos poderão ser suspensos até nova dotação de recursos.
De acordo com o comunicado, o Comando sofreu um contingenciamento de R$ 812,2 milhões entre despesas discricionárias e projetos estratégicos em maio deste ano, resultado direto do Decreto nº 12.447, de 30 de maio de 2025, que determinou contenção de R$ 2,6 bilhões no orçamento do Ministério da Defesa . O documento salienta “impactos severos em praticamente todas as atividades, desde as operacionais até as logísticas e administrativas”.
Segundo dados orçamentários de 2025, o Comando da Aeronáutica dispõe de R$ 29,4 bilhões, dos quais R$ 13,2 bilhões já foram empenhados até o momento. Desse total, apenas R$ 2,2 bilhões estão reservados para materiais de consumo — como o combustível das aeronaves — e outros R$ 1,6 bilhão para investimentos .
Mesmo diante dos cortes que ameaçam interromper o transporte oficial de ministros e missões essenciais, o governo autorizou a instalação de duas “salas VIP” da FAB na COP 30, evento previsto para novembro, em Belém (PA) . A medida suscitou críticas de parlamentares que questionam prioridades entre infraestrutura para autoridades e manutenção das operações básicas da Força.
Além dos deslocamentos de chefes de poderes, as aeronaves da FAB são empregadas em missões de natureza humanitária, como o transporte de órgãos para transplantes, cujo atraso pode colocar vidas em risco . Sem combustível garantido após 3 de agosto, essas ações correm o risco de ser imediatamente suspensas.
Na íntegra, o Comando destacou que “considerando o alto valor dos bloqueios e dos contingenciamentos estabelecidos restando sete meses do atual exercício, houve impactos severos em praticamente todas as atividades”, e advertiu que a redução de 17% dos recursos de projetos estratégicos “requererá ajustes contratuais, a fim de mitigar impactos nos cronogramas de entregas das aeronaves” . Até o momento, não há previsão de suplementação orçamentária para reverter o cenário.
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