Em 22 de julho de 2025, o presidente Donald Trump comunicou que os Estados Unidos deixarão oficialmente a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 31 de dezembro de 2026, alegando viés ideológico e “agenda divisiva”.
No anúncio formal, porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, declarou que a continuidade dos EUA na UNESCO “não está alinhada com os interesses nacionais” e criticou o órgão por promover causas “divisivas e woke”, em desacordo com a política “America First” do governo Trump.
Esta será a terceira retirada dos Estados Unidos desde a fundação da UNESCO em 1945. A primeira ocorreu em 1984, sob o governo Reagan, citando disputas financeiras e políticas; o país reingressou em 2003, sob George W. Bush. Em outubro de 2017, Trump anunciou a segunda saída, efetivada em dezembro de 2018, e o país voltou a ingressar em julho de 2023 na gestão Biden.
A UNESCO, sediada em Paris, depende de contribuições financeiras dos seus membros. Embora o aporte dos EUA tenha caído para cerca de 8% do orçamento total — graças a um esforço de diversificação de recursos após a retirada anterior — a saída deve afetar programas de educação, cultura e preservação do patrimônio mundial. A diretora-geral Audrey Azoulay afirmou que “lamenta profundamente” a decisão, mas que a agência “está preparada para essa eventualidade” e manterá suas atividades sem cortes de pessoal.
Analistas observam que a medida reforça o afastamento dos EUA de organismos multilaterais e abre espaço para que potências como a China ampliem sua influência no sistema das Nações Unidas.
Contexto histórico
- 1945: Fundação da UNESCO como ramo da ONU voltado à educação, ciência e cultura.
- 1984: Primeiro desligamento dos EUA, sob Reagan, por “hostilidade ao livre mercado e expansão orçamentária” da agência.
- 2003: Retorno norte-americano após reformas internas.
- 2017–2018: Segunda retirada no primeiro mandato de Trump, citando acusações de “viés anti-Israel” e “atrasos no pagamento de contribuições”.
- 2023: Reingresso no governo Biden para conter a influência chinesa.
Análise
A decisão de Trump reforça sua tese de que a participação em organismos globais deve estar sempre subordinada à sua agenda “America First”, mesmo que isso minimize a capacidade de projeção de soft power dos Estados Unidos. A alternância de ingressos e saídas também afeta a credibilidade do país como ator confiável em pautas culturais e educativas.
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