Hezbollah envia comandantes para América do Sul sob temor de desarme

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Cerca de 400 comandantes de campo do Hezbollah deixaram o Líbano e se dirigem a países da América do Sul, incluindo Brasil, Colômbia, Venezuela e Equador, segundo um relatório do canal saudita Al Hadath com base em fonte diplomática latino-americana . Desses, cerca de 200 já teriam cruzado o Atlântico e estabelecido-se em solo sul-americano, enquanto o restante partiu em fases subsequentes.


Contexto histórico

Criado em 1982 com apoio do Irã e da Síria, o Hezbollah transformou-se numa das organizações militantes mais bem treinadas do Oriente Médio, combinando atuação política no Parlamento libanês e braço armado. Desde a década de 1980, opera redes de financiamento e recrutamento na região do Tríplice Fronteira (Argentina, Brasil e Paraguai), sendo oficialmente designado como organização terrorista por ao menos cinco países sul-americanos, como Argentina (2019) e Colômbia (2020) .


Razões do deslocamento

O movimento ocorre num momento em que o governo de Beirute intensifica esforços para concentrar todas as armas legais sob controle estatal. Na terça-feira, o presidente libanês, Michel Aoun, declarou que 2025 seria “o ano da centralização exclusiva de armas nas mãos do Estado”, afirmando que o Exército já vinha “lacrando túneis, confiscando e destruindo depósitos do Hezbollah” e que “a desmobilização será feita por meio do diálogo” . Sob esse cenário, a liderança militar do grupo ordenou a retirada preventiva de seus comandantes, temendo que fossem alvos durante eventual desmantelamento de sua infraestrutura bélica.


Reações na América do Sul

Brasil: o Itamaraty não emitiu pronunciamento oficial até o momento, mas reafirmou compromisso com protocolos de controle migratório e cooperação antiterrorismo.
Colômbia, Venezuela e Equador: também não há publicações formais sobre acolhimento ou repúdio específico, embora os governos da região mantenham sistemas de designação e monitoramento de organizações terroristas ativos desde 2019 .


Análise geopolítica

A guinada reflete três motivações principais:

  1. Defensiva interna: proteger quadros de combate diante do risco de desarmamento forçado;
  2. Redefinição de operações: reimplantação em áreas onde o Hezbollah já dispõe de células financeiras e logísticas consolidadas;
  3. Mensagem de força: demonstrar capacidade de projeção internacional e contornar pressões do Líbano e de Israel.

No cenário hemisférico, o fluxo de militantes pode reforçar redes existentes — de tráfico de drogas a lavagem de dinheiro — e exige resposta coordenada de agências de inteligência e judiciárias.


Cenários futuros

Sem um pronunciamento público do Hezbollah, monitorar as chegadas e eventuais residências oficiais em capitais sul-americanas será crucial. Caso grupos de Estado reforcem checagens migratórias e cooperação bilateral, o risco de infiltração poderá ser atenuado; ao passo que a inércia renova vulnerabilidades.


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