Em pronunciamento em Bruxelas, Matthew Whitaker responsabiliza Brasil, China e Índia por financiar ataques russos ao comprar petróleo e gás.
Em coletiva de imprensa em Bruxelas em 17 de julho de 2025, o embaixador dos Estados Unidos junto à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Matthew George Whitaker, acusou Brasil, China e Índia de assumir “grande parte da responsabilidade” pelas mortes de civis na guerra da Ucrânia ao manterem a compra de petróleo e gás da Rússia . Segundo o diplomata, ao financiar Moscou, esses países prolongam o conflito e viabilizam ataques noturnos “recordes” contra cidades ucranianas.
As declarações de Whitaker intensificam o embate diplomático entre Washington e os principais países do Brics, dando sequência ao alerta feito em 15 de julho pelo secretário-geral da Otan, Mark Rutte. Em visita ao Congresso dos EUA, Rutte advertiu que Brasil, China e Índia poderiam sofrer sanções tarifárias secundárias de 100% caso continuem importando derivados de petróleo da Rússia, sob o risco de “serem atingidos de forma maciça” .
O discurso do embaixador americano ecoa o anúncio de 14 de julho do presidente Donald Trump, que prometeu enviar armas à Ucrânia por meio da Otan e ameaçou impor tarifas secundárias de 100% a países que adquirissem petróleo russo caso não haja acordo de paz em 50 dias . No Congresso norte-americano, tramita o Sanctioning Russia Act (S.1241), projeto bipartidário que prevê até 500% de tarifas sobre compradores de energia russa, elevando ainda mais a pressão sobre importadores como o Brasil.
O impacto econômico dessas medidas já se faz sentir: em 2024, o Brasil importou US$ 5,4 bilhões em diesel russo — valor recorde, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) . Mesmo diante desse contexto, o Ministério das Relações Exteriores ainda não se manifestou oficialmente sobre as acusações de Whitaker. Vale lembrar, porém, que em 17 de julho o chanceler Mauro Vieira classificou como “descabidos” comentários similares de Rutte, ressaltando que o Brasil conduz suas relações comerciais de forma bilateral e no âmbito da OMC .
Com o aumento das tensões e a iminência de sanções, o governo brasileiro avalia alternativas para diversificar fornecedores de combustível e mitigar riscos de desabastecimento. Resta acompanhar se Brasília adotará retaliações ou buscará alinhamento com parceiros tradicionais, enquanto a comunidade internacional observa atentamente os próximos passos de um conflito cujo desfecho permanece incerto.
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