A apreensão de um pendrive no banheiro da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (18), gerou novas reações no meio jurídico e político. Desta vez, a declaração mais contundente veio do advogado Jeffrey Chiquini, que representa Filipe Martins, ex-assessor internacional da Presidência da República e um dos alvos da investigação em curso.
“Se surgir qualquer prova nova, tenham a certeza de que é plantada”, afirmou Chiquini em tom direto, apontando a possibilidade de que evidências estejam sendo artificialmente inseridas no processo.
A fala ocorre em meio a crescente suspeita por parte da oposição e de apoiadores de Bolsonaro de que a operação teria motivação política. Embora não seja advogado do ex-presidente, Chiquini se somou ao coro de juristas que veem com desconfiança a condução do inquérito, que está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O próprio Bolsonaro demonstrou estranheza com a presença do dispositivo em sua residência, afirmando:
“Uma pessoa pediu para ir ao banheiro e voltou com um pendrive na mão (…) Eu nunca abri um pendrive na minha vida, eu não tenho nem laptop em casa para mexer com pendrive.”
Além do pendrive, a operação resultou na apreensão de cerca de 14 mil dólares em espécie e um celular. As medidas também incluíram a imposição de uso de tornozeleira eletrônica nos fins de semana, proibição de uso de redes sociais, além do veto a contatos com outros investigados e diplomatas.
Nos bastidores, aliados de Bolsonaro falam em “plantação de provas”, tese que ganha força com a fala de Chiquini, mesmo não sendo ele integrante da defesa do ex-presidente. A expectativa agora é de que a defesa técnica de Bolsonaro peça perícia detalhada no dispositivo e acesso às imagens das câmeras de segurança da casa, para verificar como o item foi parar no banheiro.
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