Em reação à determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de impor medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro qualificou as restrições como “típicas de uma inquisição” e destacou a coincidência temporal com o Mandela Day.
No dia 18 de julho de 2025, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na residência de Bolsonaro, localizada no bairro do Jardim Botânico, em Brasília, e na sede do Partido Liberal, apreendendo cerca de US$ 14 mil e R$ 8 mil, além de recolher o celular do ex-presidente. Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro terá de usar tornozeleira eletrônica com monitoramento 24 horas, cumprir recolhimento domiciliar noturno — das 19h às 7h — e nos finais de semana, bem como ficou proibido de acessar redes sociais e de comunicar-se com investigados, incluindo seu filho Eduardo Bolsonaro, que se encontra nos Estados Unidos articulando sanções contra o ministro .
Em longo texto divulgado em suas redes sociais, Flávio Bolsonaro afirmou que “proibir o pai de falar com o próprio filho é o maior símbolo do ódio que tomou conta de Moraes para tomar medidas totalmente desnecessárias e covardes” e classificou as restrições como parte de “um ardil” planejado para o início do recesso parlamentar, quando Brasília está vazia. O senador ressaltou ainda que as medidas coincidiram com o Mandela Day, data que celebra a resistência e a luta pela liberdade, observando que “não é uma coincidência apenas” .
As cautelares foram autorizadas no âmbito de um inquérito sigiloso, conduzido sob o aval da Procuradoria-Geral da República, que apura suposta coação no curso do processo, obstrução à Justiça e ataque à soberania nacional. Segundo a CNN Brasil, tais providências visam investigar acusação de tentativa de golpe de Estado ocorrida após a derrota eleitoral de 2022, com base em indícios de coordenação entre o ex-presidente e seus apoiadores .
Em nota oficial, a defesa de Jair Bolsonaro afirmou ter recebido as medidas “com surpresa e indignação” e classificou as restrições como “severas”, anunciando que se manifestará oportunamente após ter acesso ao teor integral da decisão judicial .
O episódio reacende o debate sobre o alcance das medidas cautelares do STF e a tensão entre os poderes Executivo e Judiciário. O inquérito permanece sob sigilo, e eventuais novas determinações poderão ser expedidas à medida que a apuração avance.
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Hamilton Silva
Jornalista e economista, editor-chefe do portal DFMobilidade.