O Tribunal Oral Federal nº 2 de Buenos Aires determinou, em decisão publicada na última terça-feira, que a ex-presidente argentina Cristina Fernández de Kirchner e mais oito condenados pelo caso “Vialidad” restit1uam ao Estado o equivalente a 684.990 milhões de pesos — valor atualizado pelas perícias da Corte Suprema — o que corresponde a aproximadamente US$ 535 milhões, ou cerca de R$ 3 bilhões, considerando a cotação média de R$ 5,60 por dólar em 16 de julho de 2025 . Os réus têm prazo de dez dias para efetuar o pagamento voluntário; em caso de descumprimento, os bens já embargados serão levados a leilão.
O “Caso Vialidad” remonta a licitações forjadas entre 2007 e 2015, quando o governo Kirchner destinou, de forma irregular, 51 contratos de obras públicas rodoviárias na província de Santa Cruz ao empresário Lázaro Báez. Peritos designados pelo Supremo Tribunal revista o prejuízo inicial de 84.800 milhões de pesos, atualizando-o em função da inflação acumulada no período . Além de Kirchner e Báez, figuram na condenação um ex-secretário de Obras Públicas, três ex-diretores da Vialidad Nacional e três ex-administradores provinciais.
Em nota oficial, Fernández de Kirchner negou veementemente as acusações, qualificando a decisão como “parte de uma perseguição judicial e política” orquestrada pelo atual governo e seus aliados . A defesa ainda tentou, sem sucesso, questionar os cálculos periciais apresentados pelo contador José Lucas Gaincerain, cujo método foi rejeitado pelo tribunal por não adotar o índice oficial do INDEC, conforme ressaltado na sentença.
A confirmação da multa e da condenação criminal — que inclui pena de seis anos de prisão domiciliar e inabilitação perpétua para exercício de cargos públicos — representa um marco na batalha jurídica de Kirchner, consolidando a proibição de sua candidatura em futuras disputas eleitorais . Politicamente, o desfecho fortalece o discurso do presidente Javier Milei e abre espaço para realinhamentos no peronismo de cara às eleições legislativas de outubro de 2025.
Ainda que afastada do poder, Cristina Kirchner mantém forte base de apoio em parte do eleitorado argentino e poderia atuar nos bastidores da política desde sua residência em El Calafate. Analistas apontam que a mobilização das forças kirchneristas nas ruas e nas redes sociais será decisiva para mitigar o impacto do veredicto no engajamento de seus seguidores nas próximas eleições.
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